O Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo Feminina de Futebol, em 2027. A decisão foi anunciada na madrugada desta sexta-feira, 17, durante o Congresso da Fifa, em Bangkok, na Tailândia, pelo presidente da entidade, Gianni Infantino.
Em votação aberta, marcada por duas candidaturas fortes, o Brasil foi indicado para sediar a décima edição do torneio. O país recebeu 119 votos, enquanto a candidatura conjunta de Bélgica, Holanda e Alemanha teve 78.
A notícia é positiva, mas vai depender de uma boa gestão. “Receber uma Copa do Mundo da Fifa depois de treze anos, já contando com o know-how de uma grande operação, como estrutura de estádios e rede hoteleira adequada, pode ser uma ótima aposta caso os custos sejam bem geridos e os aspectos de retorno para o país e as cidades-sede, bem metrificados “, afirma o professor de marketing esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Ivan Martinho.
De fato, o Brasil saiu na frente por ter sediado o evento em 2014, mas a candidatura conjunta não ficou atrás. O grupo seguiria a tendência inaugurada por Estados Unidos, México e Canadá, que, em uma verdadeira força-tarefa logística, receberão a modalidade masculina do evento, em 2026.
A decisão foi comemorada, especialmente pelas jogadoras brasileiras, conhecidas por demandar maiores estrutura e visibilidade para essa modalidade. “Eu tenho certeza que será um marco no futebol feminino do Brasil”, disse a lateral-esquerda do Corinthians, Tamires Britto. “A visibilidade que uma Copa do Mundo traz é incomparável e essa dimensão fará com que possamos alcançar ainda mais pessoas e inspirar cada vez mais meninas e mulheres por todo o país.”
O Brasil, que foi vistoriado pela Fifa em fevereiro, se junta a um seleto grupo de países que já sediou a competição, composto por China, Suécia, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França e, mais recentemente, Austrália e Nova Zelândia.
A expectativa é de que o torneio repita o sucesso comercial alcançado em 2023, quando a Espanha venceu a competição. Embora a expectativa fosse alta, muitas marcas esperaram os últimos minutos para entrar no jogo. Para analistas, 2027 pode ser uma oportunidade para essa mudança. “Quando olhamos para as marcas na Copa do Mundo masculina, a gente tem uma janela de anos de preparação”, diz Eduardo Baraldi, co-CEO da ODDZ Network, holding de propriedade de Ronaldo Nazário. “Acho que tem um recado que a gente precisa dar para as marcas. Já estamos falando e vamos continuar à medida que a Copa chegar aqui no Brasil em 2027.”