Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

A resistência à presença de Tom Cruise no encerramento dos Jogos

Uma turma que detesta o astro de Missão Impossível considera sua aparição um “insulto” inaceitável

Por Monica Weinberg, de Paris
Atualizado em 12 ago 2024, 13h06 - Publicado em 11 ago 2024, 19h42
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No rol de celebridades que sorveram tudo o que podiam da temporada em Paris, Tom Cruise se sobressaiu pela onipresença nos melhores assentos da cidade. Talvez só fique atrás mesmo do imbatível Snoop Dogg, o rapper que desafiou tempo e espaço, multiplicando-se. Todo simpatia, Cruise exibiu seu sorriso alvo sempre que a câmera o flagrava aqui e ali, tudo no mais santo espírito olímpico. Mas eis que, nos últimos dias, o ator se viu sugado por uma polêmica daquelas, que se manteve acesa com a mesma teimosia da tocha até ele aterrissar no Stade de France, palco da cerimônia de encerramento da Olimpíada, depois de um salto à la Missão Impossível do teto do estádio.

    O enrosco envolvendo o astro, que só para não perder o costume andou de moto no estádio com a bandeira olímpica a bordo, neste domingo, 11, gira em torno da cientologia, que emplacou primeiro nos Estados Unidos, arrebanhando seguidores à base de um muito criticado receituário: segundo a cartilha, os humanos seriam pobres seres imortais que esqueceram de sua verdadeira natureza. É controvérsia pura, na veia, e na França, como por toda a Europa, mais ainda: a cientologia nessas bandas do planeta é vista como aberração, uma seita a ser combatida e silenciada.

    E é justamente nesse pedaço do roteiro que entra Tom Cruise, o flâneur americano. Sempre no alvo por abraçar a corrente e dar visibilidade à distorcida filosofia de sua tribo, ele não escapou da ira de ativistas que vivem de defender gente que pôs os pés na seita, penou por lá e foi procurar ajuda legal para enquadrar o grupo. “É um insulto Tom Cruise ter um papel na Olimpíada”, dispara Catherine Katz, uma ex-juíza dedicada a proteger quem se sentiu lesado, inclusive financeiramente.

    PILHA ERRADA

    Ela e outros contam que a aparição de Cruise nos Jogos deu gás a um pessoal disposto a espalhar a palavra da igreja à qual está ligado, fundada nos anos 1950 pelo escritor americano L. Ron Hubbard e bem estabelecida em Hollywood. À frente de uma associação que reúne vítimas da seita, Charlie Delporte relata que seus integrantes vinham se plantando no entorno dos estádios, meio à paisana, distribuindo panfletos antidrogas que seriam só fachada para recrutar fiéis. “Eles conseguem passar essa perigosa mensagem para muitos jovens”, alerta.

    Continua após a publicidade

    Em solo francês, vários membros da cientologia já foram condenados pelos estragos que teriam produzido no povo desavisado, que acaba se afastando da família e dos amigos e se endividando sob o estímulo de uma pesada cultura pró-doações. O próprio Hubbard (1911-1986), o criador, caiu nas garras da lei francesa, sendo condenado por fraude, nos anos 1970.

    No Stade de France, bien sûr, era tudo festa e alta velocidade. Mas bem que Cruise, que provou de tudo um pouco das delícias francesas, preferia voltar para casa sem esse dissabor.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.