Na sala de Elenir, quem ensina matemática é o aluno
Menos fórmula e mais conversa: professora de São Sebastião do Paraíso (MG) dispensa os processos tradicionais e aposta no diálogo em sala de aula
“Como você fez essa conta? Qual foi seu pensamento?” Esses questionamentos são a base do trabalho de Elenir Novaes, professora de matemática da Escola Municipal Campos do Amaral, em São Sebastião do Paraíso (MG), vencedora do prêmio Educador Nota 10 de 2018. “O diferencial foi permitir que meus alunos usassem suas próprias estratégias e ganhassem confiança. Passei a colocar o aluno como protagonista da aula, ele é que ensina e eu apenas conduzo com os conceitos”, explica Elenir.
A professora identificou certa dificuldade de alguns alunos em realizar contas simples de cabeça. Eles estavam presos a um processo mecânico e se confundiam no processo de resolução. A chave para resolver o problema foi o diálogo. “Se o professor não oferece ao aluno a oportunidade de explicar o que está pensando, ele nunca saberá qual é sua dificuldade. Às vezes falta pouca coisa para ele alcançar o conceito e uma simples fala é suficiente para descobrir a raiz do problema”, conta a professora de 44 anos.
Elenir também trabalha com a memorização de resultados e deixa aberta a possibilidade de os alunos montarem suas próprias estratégias para alcançar o resultado correto. “A melhor coisa para um professor de matemática é ouvir do aluno a frase: ‘ah, agora eu entendi’.”
Com o projeto De cor e salteado, Elenir conquistou um lugar entre os dez melhores professores do ano pelo Prêmio Educador Nota 10, promovido pelas fundações Victor Civita e Roberto Marinho. Ela agora tem a chance de ser vencedora do título Educador do Ano na cerimônia que acontece no dia 1º de outubro, em São Paulo.