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Governo vai ‘tomar conhecimento’ do Enem antes da prova, afirma Bolsonaro

Presidente eleito volta a criticar o que entende como doutrinação na avaliação. Atualmente, questões são tiradas de banco com mais de 10.000 perguntas

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 nov 2018, 21h12 - Publicado em 9 nov 2018, 20h59

O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez novas críticas nesta sexta-feira, 9, ao que entende como doutrinação ideológica no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook, ele afirmou que, a partir de 2019, seu governo irá “tomar conhecimento da prova antes” e anunciou que o ministro da Educação a ser escolhido deve “entender que nós somos um país conservador”.

As críticas do presidente eleito recaem, sobretudo, à questão da prova de linguagens e ciências humanas do Enem deste ano que tratava sobre o “pajubá”, “dialeto secreto” adotado por gays e travestis. Na terça-feira, 6, dois dias após o primeiro dia de avaliação, Bolsonaro havia publicado em sua conta no Twitter que considera a avaliação um “vexame” e “doutrinação exacerbada”. O segundo dia do exame será no próximo domingo, 11.

“Educação é um ministério complicado. Essa prova do Enem, vão falar que eu estou implicando, agora, pelo amor de Deus, esse tema da linguagem particular daquelas pessoas, que que nós temos a ver com isso, meu Deus do céu? A gente vai ver a tradução daquelas palavras, um absurdo, um absurdo, vai obrigar a molecada a se interessar por isso agora para o Enem do ano que vem. Pode ter certeza, fique tranquilo, não vai ter questão dessa forma no ano que vem, nós vamos tomar conhecimento da prova antes”, criticou Bolsonaro.

O presidente eleito anunciou que o Enem sob sua gestão “vai ter pergunta sobre geografia, dissertações sobre história, questões realmente voltadas para o futuro da nossa geração e não essas questões menores”.

Elaborado e aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, o Enem tem questões feitas por professores de diversas universidades brasileiras e, em seguida, incluídas em pré-testes aplicados a alunos do ensino médio da rede pública. Depois, as questões vão para o Banco Nacional de Itens, que tem mais de 10.000 perguntas. Conforme o resultado do pré-teste, as questões recebem diferentes graus de dificuldade, entre fáceis, médias e difíceis.

As perguntas de cada área de conhecimento cobradas no Enem devem equilibrar o grau de dificuldade das perguntas na proporção de 25% fáceis, 50% médias e 25% difíceis. Segundo o Inep, o Ambiente Físico Integrado Seguro, onde a prova é elaborada, tem “segurança máxima”. “O acesso é restrito a poucos servidores do Inep e a colaboradores, e eles só entram na área após atravessar um escâner corporal e várias portas duplas. O acesso é feito por identificação biométrica”.

Ministro conservador

Sobre a indicação do ministro da Educação, que deve ser feita na próxima semana, o pesselista antecipou que o perfil a ser escolhido é alguém com “autoridade” e ciência sobre o conservadorismo brasileiro.

“Precisamos de um bom ministro da Educação, precisamos sim, com autoridade, que realmente entenda que nós somos um país conservador. Querem ter tudo liberal? Se esses caras querem liberar o que é deles, que libere o que é deles, mas não vai botar dentro do Ministério da Educação certas coisas que não nos interessam”, disse.

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Na transmissão ao vivo, Bolsonaro também voltou a criticar a chamada “ideologia de gênero”, um de seus alvos preferidos. “Queremos a normalidade”, disse ele no vídeo.

“A gente vê por aí ideologia de gênero. Que importância tem isso? Vá ser feliz, cara. Se você quer ser feliz com outro homem do leu lado, vai ser feliz, se você, mulher, quer ser feliz com outra mulher, vá ser feliz. Agora, não fica perturbando isso nas escolas, obrigando a criançada a estudar uma besteira que não vai levar a lugar nenhum. Quem ensina sexo é papai ou a mamãe e ponto final, acabou, não tem mais que discutir esse assunto”, declarou, exasperado.

O presidente eleito também atacou o que chamou de “pessoalzinho do Ministério da Educação”. “O pai e a mãe tem que ter a garantia, a tranquilidade, quando o filho está indo para a escola, não é para aprender a fazer sexo não, ô pessoalzinho do Ministério da Educação, se é que eu posso falar que é da educação esse ministério que tá aí, não é isso não”, ironizou.

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