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Escolas já despertaram para o desafio da inovação

Dispersas pelo país, instituições começam a testar novas maneiras de ensinar e também novas formas de incentivar seus alunos a inventar

Por Nathalia Goulart
10 set 2011, 00h06
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  • Inovação é assunto de criança, sim. É o que pregam os especialistas, que alertam para a necessidade de o Brasil investir na educação básica para aumentar sua capacidade de competir no mercado internacional. “Essa é uma questão urgente. Não formamos engenheiros ou cientistas da noite para o dia. Essa formação leva mais de 15 anos porque começa na educação fundamental”, diz o brasileiro Paulo Blikstein, engenheiro e professor da Universidade de Stanford.

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    Algumas escolas espalhadas pelo Brasil apontam caminhos para incentivar a inovação dentro da sala de aula. Elas lideram projetos que tranformam a aplicação prática de conceitos abstratos das ciências exatas em ferramenta pedagógica. “É preciso também enfatizar os projetos práticos”, defende Eduardo Valadares, professor do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor do livro Física Mais Que Divertida. “Encontro gente criativa e talentosa nos cantos mais longínquos do Brasil. Mas elas são com frequência esmagadas pela sala de aula: é o Brasil disperdiçando talentos.”

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    No Rio Grande do Sul, a Rede de Colégios Maristas apresenta desde o primeiro ano do ensino fundamental aulas de robótica, que permitem que os alunos associem criatividade e conceitos de matemática e física ao longo de toda a vida escolar. “Nossos projetos criam uma vitalidade diferente nos alunos. Os estudantes se mostram mais interessados e realmente se tornam protagonistas do processo de ensino-aprendizagem”, conta Maurício Anony, coordenador de tecnologias da rede. A adesão foi tamanha que a disciplina se converteu em um campeonato anual de robótica, que neste ano deve receber mais de 500 alunos de diversos colégios da região. “É uma competição saudável, em prol do conhecimento e da inovação”, diz Anony.

    Do Rio de Janeiro vem outro exemplo. No Colégio Estadual José Bonifácio, em Petrópolis, o professor Guilherme Hartung tratou da dificuldade de seus alunos com a matemática e a obsessão deles por jogos de computador. “Eles se dedicam a um jogo com a poucas coisas na vida. Senti que essa paixão poderia estar a serviço da educação”, afirma Hartung. Com a ajuda do professor, os estudantes aprenderam conceitos básicos de engenharia da computação. Atualmente, programam jogos educativos que envolvem conteúdos vistos em sala de aula.

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    A oficina proposta pelo professor é opcional e não vale nota. Mesmo assim, está lotada. E os participantes fazem até hora extra na sala de aula. “Precisamos encontrar no dia a dia dos alunos formas de trazê-los para a escola e para o conhecimento”, diz o professor. A experiência da escola fluminense já ganhou três importantes prêmios na área da educação.

    Na pequena cidade de Parnamirim, no interior do Rio Grande do Norte, o incentivo à inovação pretendia estimular os alunos a escrever melhor. Ao detectar a dificuldade dos estudantes para a redação, a professora Claudia Araujo, da Escola Estadual Presidente Roosevelt, criou uma disputa: eles deveriam inventar um produto ecologicamente correto e depois escrever acerca das próprias invenções. Um corpo de jurados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ajudou a eleger os campeões.

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    Da disputa, nasceram ventiladores, luminárias e outros dispositivos eletrônicos. O grupo de Leonardo Morais, do 3º ano do ensino médio, foi o vencedor do desafio com uma luminária alimentada por energia eólica. “O projeto empolgou e nos ajudou a colocar em prática conceitos que aprendemos durante a vida acadêmica. Eu e meus amigos já estamos pensando em criar mais produtos, mesmo sem nenhuma competição em vista”, diz o estudante, que neste ano presta vestibular para o curso de design. “Quero continuar inventando coisas.”

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