O dólar disparou nesta quarta-feira, 9, em um dia marcado por importantes divulgações econômicas. Após ter sido negociado próximo da estabilidade e até ter recuado com a valorização das commodities, que beneficiam a bolsa brasileira, a moeda americana retomou sua trajetória de alta.
O movimento ocorreu após a divulgação do IPCA, a inflação oficial do país, que aumentou as preocupações do mercado com a desancoragem dos preços. Além disso, a ata do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), indicou que os cortes de juros na próxima reunião serão mais moderados, descartando uma redução de 0,5 ponto percentual, como a anterior. Com isso, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,59, registrando uma valorização de mais de 1%.
A inflação oficial, que subiu 0,44% em setembro, elevou a taxa anual para 4,42%, aproximando-se do teto da meta, de 4,5%, e intensificando as apostas de que o Banco Central terá que aumentar ainda mais a taxa Selic. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia elevado a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75%, diante da expectativa de aumento nos preços de energia e alimentos.
Embora a alta da Selic teoricamente deveria valorizar o real, graças ao diferencial de juros com os Estados Unidos, ela também sinaliza que a economia enfrenta desafios, o que pode afastar investidores. Além disso, com o Fed indicando cortes mais graduais, o diferencial de juros entre os dois países diminui, tornando os títulos americanos mais atrativos.
Além disso, a economia dos Estados Unidos encaminha para um pouso suave: a inflação cede, enquanto mantém emprego e crescimento altos. Fatores esses que aumentam a confiança dos investidores em manter seus recursos em ativos americanos.
Diante desse cenário, o Ibovespa recuou nesta quarta-feira, fechando em 129.900 pontos, pressionado também pela queda nas commodities. O minério de ferro e o petróleo, ambos em baixa, impactaram negativamente as ações da Petrobras e da Vale, que operaram no vermelho durante o pregão.