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A melhor professora do mundo

A britânica Andria Zafirakou é a vencedora do Global Teacher Prize, espécie de Nobel da Educação. Brasileiro estava entre os dez finalistas.

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 19 mar 2018, 07h29 - Publicado em 18 mar 2018, 14h03
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  • Andria Zafirakou - Global Teacher Prize
    A professora britânica Andria Zafirakou recebe o prêmio de melhor do mundo durante o Global Teacher Prize (Varkey Foundation/Divulgação)

    Embora o conhecimento de idiomas não seja de suma importância para uma professora de artes, a britânica Andria Zafirakou, de 39 anos, sabe dizer “olá” em 35 línguas diferentes – entre elas, hindi, árabe e português. Segundo ela, o singelo cumprimento é a forma mais simples de fazer com que seus alunos, vindos de mais de uma centena de países, se sintam parte da comunidade escolar. Esta e outras ações – como inserir aulas de música e esportes na rotina dos estudantes, mantendo-os longe do tráfico que domina seu bairro, na periferia de Londres – lhe renderam, neste fim de semana, o prêmio de 1 milhão de dólares, dado ao vencedor do Global Teacher Prize.

    “O inglês não é a língua falada nos lares da maioria dos meus estudantes. Isso fazia com quem chegassem a escola com medo de sofrerem bullying. Ouvir um bom dia em seu idioma nativo faz com que se sintam acolhidos e percebam que os professores estão dispostos a cuidar deles”, explica a professor. Formada em arte de design pena University College of London, Andria leciona em uma escola secundária no distrito de Brent, área com a segunda maior taxa de homicídios do Reino Unido e com mais de um terço das crianças vivendo em situação de extrema pobreza. A região é marcada por uma alta taxa de imigração, com a segunda maior população de negros, asiáticos e outros grupos étnicos da Inglaterra – um censo de 2011 mostrou que, só neste bairro, são faladas quase 150 dialetos.

    Andria percebeu que alguns dos seus alunos se atrasavam para a aula porque precisavam cuidar dos irmãos. Outros viviam em casas superlotadas, com dezenas de famílias, e precisavam cozinhar a própria comida em cozinhas comunitárias. A professor propôs que o colégio redesenhasse todo o currículo, de modo a dar atenção as necessidades especiais de cada turma de estudantes. Alem de aumentar o turno escolar, ela trouxe artistas, psicólogos e policiais para dentro da escola, envolvendo toda a comunidade no processo educativo. Ajudou o professor de música a criar um coral para crianças da Somália e inseriu atividades esportivas para meninas em horários alternativos, para que não afastar as crianças vindas de famílias conservadoras. Graças aos esforços de Andria, a Alperton Community School está hoje entre as 5% melhores do Reino Unido, além de ter recebido o Prêmio de Qualidade de desenvolvimento Profissional do Instituto de Educação, dado a apenas dez escolas do país.

    Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil emplacou um professor entre os dez finalistas do prêmio. O sul-matogrossense Diego Mahfouz Faria Lima, diretor do colégio Darcy Ribeiro, de São José do Rio Preto (SP), foi reconhecido por ter recuperado uma escola depredada, com altíssimas taxas de evasão e incidência de tráfico de drogas. A premiação e promovida pela Varkey Foundation e aconteceu neste domingo em Dubai, capital dos Emirados Árabes, ao final do Global Education and Skills – convenção internacional que reúne pesquisadores e especialistas da área da educação. O evento contou com a participação do piloto Lewis Hamilton, da atriz Charlize Theron, do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair e o ex-presidente da França, Nikolas Sarkozy.

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