A campanha de boicote aos produtos da JBS, pivô da maior crise política do governo Temer, vem preocupando as redes varejistas. Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, afirmaram em delação premiada que pagaram propina a políticos de diversos partidos para facilitar os negócios da companhia.
O GPA, dono das marcas Pão de Açúcar, Extra e Assaí, informa que solicitou à JBS esclarecimentos, “bem como as salvaguardas adotadas pela companhia e a implementação de mecanismos de compliance e integridade, com o objetivo de prevenir novos atos de corrupção na empresa”.
O grupo diz ainda repudiar “qualquer situação de corrupção, fraude ou suborno” e informa que está acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e a decisão das autoridades”.
O Carrefour informou que não tolera nenhuma prática ilícita e que “tem como princípio fundamental o combate à corrupção em todas as suas formas”. Sobre a relação com a JBS, a empresa informa que aguarda o desfecho do caso. A rede Walmart diz que também acompanha o caso.
Depois de confessarem diversos crimes à Procuradoria Geral da República para fechar os termos da delação premiada, os donos da JBS negociam agora um acordo de leniência.
Fast-food
As empresas de fast-food também acompanham a situação da JBS, fornecedora da carne do hambúrguer das principais redes.
O Bob’s informa que “avalia as medidas cabíveis a serem tomadas no caso e informa que levará o assunto para ser discutido junto às entidades representativas do setor”.
Em nota, a J&F, controladora da JBS, informa que continua “operando normalmente e oferecendo produtos de qualidade”. “A empresa tem uma situação financeira robusta e uma relação de confiança com milhões de consumidores pelo mundo”.
O grupo diz ainda que nenhum dos atos relatados à PGR “envolve a qualidade dos produtos ou a excelência operacional”.
“Não seria possível expor a corrupção no país sem que os responsáveis pelos atos ilícitos admitissem e relatassem como e com quem agiram, fornecendo provas. Joesley Batista e outras seis pessoas realizaram um acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Os atos cometidos no passado foram comunicados à PGR e estão documentados nos autos da delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal”, diz o grupo em nota.