O sindicato de trabalhadores do gás do Uruguai suspendeu, nesta quarta-feira 17, uma greve de 37 dias após o anúncio de um acordo para que a Petrobras se retire do país e o governo assuma temporariamente o serviço, evitando demissões.
“Este é um passo importantíssimo em função dos dois objetivos que tínhamos: o resguardo do serviço público de gás natural e das fontes de trabalho”, disse em coletiva de imprensa o porta-voz do sindicato, Alejandro Acosta, após a assembleia de trabalhadores que por unanimidade decidiu suspender a greve.
O presidente Tabaré Vázquez anunciou nesta terça-feira na cidade argentina de Santa Fé, onde se encontra para participar da cúpula de mandatários do Mercosul, que após se reunir com os principais diretores da Petrobras foi acordada a retirada da empresa do país “em muito bons termos”.
Vázquez esclareceu também que o Estado se encarregará da gestão do serviço enquanto se inicia um processo para buscar investidores.
“Em uma reunião muito respeitosa e construtiva, desvinculamos a Petrobras Brasil do Uruguai, e o Uruguai fica com todos os ativos que a Petrobras tinha no Uruguai”, explicou Vázquez em declarações a uma rádio local.
Isto significa que não haverá perda de postos de trabalho, um dos motivos que deflagrou a greve geral a partir do dia 10 de junho.
O acordo acaba com um longo conflito, que em determinado ponto levou à ocupação de unidades da Petrobras por parte de trabalhadores.
A Petrobras alega que sua atividade no Uruguai é deficitária e já havia manifestado sua intenção de abandonar o país como parte do processo de redução de ativos para reposicionar seu negócio.