As autoridades da zona do euro deram início a uma série de negociações para criar um novo sistema de estabilização financeira a ser apresentado na reunião da União Europeia desta quinta-feira em Bruxelas, informou o jornal britânico Financial Times (FT). A nova arma do bloco poderá incluir a execução simultânea de dois fundos de resgate e novos aportes ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com autoridades ouvidas pelo FT, os negociadores avaliam permitir que o atual Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, de 440 bilhões de euros, continue operando em 2012, ao mesmo tempo em que o novo fundo de 500 bilhões de euros entrará em ação – praticamente dobrando o sistema de resgate do bloco. De acordo com as regras originais, o FEEF deveria sair de cena no ano que vem.
O jornal britânico informou também que a proposta poderia incluir a aceleração dos pagamentos em dinheiro ao novo fundo de 500 bilhões de euros – conhecido como Mecanismo de Estabilidade Europeia (ESM, na sigla em inglês, que deveria substituir o FEEF) – para dar mais peso e melhorar sua qualidade de crédito aos olhos das agências de classificação de risco.
O FT apontou que a proposta tem sido alvo de intenso debate e conta com forte oposição dos países credores da região, destacadamente a Alemanha. Já os defensores da ideia dizem que um sistema ampliado poderá fortalecer os mecanismos de defesa do bloco e que novos desembolsos dos países da zona do euro ao FMI poderiam ajudar o Fundo a dar suporte às nações europeias em dificuldade.