O Uber teve prejuízo de 2,8 bilhões de dólares (8,8 bilhões de reais) em 2016. O número foi revelado pela companhia de transporte privado de passageiros à agência de notícias Bloomberg, e não leva em conta as operações na China, que foram vendidas em agosto do ano passado.
Esta é a primeira vez que o Uber divulga este tipo de informação financeira. Como se trata de uma companhia privada, ela não é obrigada a divulgar números de seu desempenho, tal como é exigido das empresas que têm o capital aberto ou são negociadas em bolsas de valores.
Apesar do rombo bilionário, a empresa de transporte de passageiros encarou o desempenho de forma positiva. A avaliação decorre de que, segundo a empresa, o volume de receitas cresceu em um ritmo mais forte que o das despesas – altas de 74% e 6,1%, respectivamente, entre o terceiro e quarto trimestres do ano passado.
Durante todo o ano de 2016, a companhia teve 6,5 bilhões de dólares (20,43 bilhões de reais) em receitas. As operações da China, que foram compradas pelo rival Didi Chuxing, foram responsáveis por perdas de 1 bilhão de dólares (3,14 bilhões de reais) no período.
Fundado em 2009, o Uber está presente em 75 países e o valor da companhia é estimado em cerca de 70 bilhões de dólares (220,1 bilhões de reais).
A empresa tem enfrentado problemas nos últimos meses como saída de executivos, acusações de assédio por parte de empregados e de criar um programa para escapar de agentes de fiscalização, disputas legais sobre sua atuação e dificuldades com seus testes de carros autônomos.
No Brasil, a empresa sofreu revés após a aprovação pela Câmara de uma versão da lei sobre aplicativos de transporte que lhe é desfavorável. A medida classifica este tipo de serviço como público, o quê exigiria autorização do poder público e, na prática, torna o sistema parecido com o de táxi. O texto ainda precisa passar pelo Senado e pela sanção presidencial antes de entrar em vigor, e poderá ser alterado ou até mesmo vetado nestas etapas.