Rivais no mercado, Uber, 99, Easy e Cabify se uniram nas críticas às novas regras de transporte de passageiros por aplicativo da Prefeitura de São Paulo. Para as empresas, a regulamentação engessa a atividade e cria empecilhos para os motoristas que operam o serviço.
O ponto mais criticado pelos aplicativos e motoristas é a exigência de que os carros usados na atividade tenham placa de São Paulo. O serviço atrai muitos veículos emplacados em cidades vizinhas.
Segundo a Cabify, a exigência irá prejudicar muitos motoristas. “Ignorar essa realidade causará grande impacto, pois grande parte dos motoristas é de cidades limítrofes como Osasco, Guarulhos e grande ABC. Eles serão extremamente prejudicados, pois ao trazerem passageiros de suas cidades, serão obrigados a retornar vazios.”
Para a 99, a exigência “cria uma ilha de isolamento ao redor da cidade de São Paulo e uma percepção de exclusão que contraria a própria história de desenvolvimento da cidade, feita de migrantes e imigrantes”.
A Cabify diz que “a mudança do emplacamento não traz nenhum benefício para a melhoria de mobilidade da cidade”.
A Uber diz que há um entendimento no próprio Tribunal de Justiça de São Paulo de que a restrição ao emplacamento é inconstitucional. “A resolução cria uma série de redundâncias que cumprem o único propósito de trazer ineficiências a um sistema eficiente”.
A Easy afirmou que é favorável a construção de uma regulamentação pautada na igualdade para os segmentos de táxi e carros particulares, mas as novas normas da prefeitura são ‘obsoletas’. “É preciso criar uma política de transporte intermunicipal que condiz com a demanda da população, reduzindo as ineficiências existentes no modelo atual e proposta na nova resolução”.
Resolução publicada hoje no feira no Diário Oficial da Cidade de São Paulo estabelece novos parâmetros para a atividade, que vão desde o guarda-roupa até cursos para condução do veículo.
Os aplicativos terão um prazo 180 dias para adequar seus motoristas à nova regulamentação. Entre as principais mudanças, chamam atenção a proibição de certas peças de roupa, como camisetas regatas, jaquetas de times e calças de moletom.
Outro ponto da decisão obriga os motoristas a passar pelo Curso de Treinamento de Condutores, há um prazo de 30 dias para que os atuais trabalhadores se encaixem na regra. O curso tem um total de 16 horas-aula, sendo 12 horas de curso à distância.