O pequeno empresário Marcos Nascimento da Silva, dono da distribuidora de ovos Irashai, na zona leste de São Paulo está preocupado com seus clientes, que são padarias, quitandas, mercadinhos e sacolões. “Só tenho 22 caixas de ovos e essa quantidade dá para amanhã (hoje, quinta-feira, 24) até meio-dia. Se não receber uma nova carga, na sexta-feira estarei zerado”, disse.
Como faz três vezes por semana, na última quarta ele ligou para a granja que lhe fornece ovos para encomendar uma carga de 50 caixas, cada uma com 30 dúzias do produto. E foi informado que a mercadoria não será entregue. A granja fica no município de Bastos, no interior do Estado de São Paulo, a 500 quilômetros da capital.
Segundo Silva, a granja informou que, por causa da greve, os caminhões não conseguem chegar à empresa para retirar a mercadoria.
Para contornar o problema de desabastecimento, Silva pretende repor seus estoques, comprando os ovos na Ceasa mais próxima, que fica em Santo André, no ABC paulista.
Entre restaurantes, padarias, mercadinhos e sacolões, a distribuidora de ovos tem cerca de 100 clientes e, segundo o empresário, por enquanto, ele não está pegando novos pedidos, diante das incertezas no abastecimento. Silva também está avisando os clientes do risco de o produto faltar.
Como a clientela é fiel, isso aumenta ainda a mais a sua responsabilidade de manter o abastecimento em dia, observou. A sorte é que muitos deles trabalham com estoque de segurança.
Preço
A falta de ovos ocorre num momento em que os preços do produto estão em níveis muito baixos. Por causa do embargo da União Europeia às exportações de frango brasileiro por problemas sanitários, caiu a quantidade de ovos destinada à produção de frangos e aumentou a oferta para a venda do produto nas granjas. “Hoje, o preço do ovo está 30% mais baixo do que um ano atrás”, disse Silva.