Única multinacional de compartilhamento de carros da América Latina, a startup Awto acaba de lançar um novo serviço no Brasil. Até então focada em oferecer aluguel de carros via aplicativo para consumidores finais em São Paulo e Barueri, a startup – que chegou ao Brasil em 2022 – agora mira também as empresas.
A ideia é que as empresas deixem de gastar com frota própria, motoristas e passem a oferecer a opção de carros compartilhados para funcionários. Como ocorre para os consumidores finais, a aluguel do carro é feito de forma rápida e simples pelo aplicativo Awto e por tempo flexível. O usuário pode pegar o carro por apenas alguns minutos para algum deslocamento na cidade e depois devolvê-lo em dos pontos de devolução espalhados pela cidade, ou escolher ficar horas, dias ou meses.
A redução de custos projetada é de 20%, mas pode passar disso. Tanto para empresas como para os clientes pessoa física, o serviço sempre sai mais barato do que o serviço da Uber ou 99, já que é o usuário quem dirige o veículo. “O aluguel do carro já é de 20% a 40% mais barato que o aplicativo de transporte”, diz Fernando Freitas, CSO da Awto.
No Chile, onde a startup foi fundada e opera desde 2016, a Awto tem 250 empresas clientes, entre elas a Petrobras, a Pepsico e o Walmart. Para colocar a operação voltada a empresas na rua, a experiência adquirida no país e a base tecnológica foram fundamentais. “Começamos a formatar essa operação há uns três anos no Chile e a operação aqui no Brasil utiliza toda essa plataforma que foi criada. A gente já tinha 80% do caminho andado”, diz Freitas. Em São Paulo, a empresa conta com uma frota de mais de 400 veículos, no Chile são 1.100.
No portfólio de serviços para empresas, é possível oferecer o aluguel de carro com benefício para funcionários, fechar pacotes pré-pagos, optar por assinatura de veículos para executivos ou ter uma frota dedicada e compartilhada apenas pela empresa. A receptividade ao serviço tem sido boa e, segundo ele, hotéis, incorporadoras e condomínios já estão utilizando o serviço em São Paulo. A meta é chegar até o fim do ano com 40 empresas no portfólio de clientes. “Mas já estamos perto de atingir a meta”, diz Freitas.
Com menos de 20 meses, a operação brasileira da Awto está crescendo 12 vezes mais rápido do que foi no Chile. “É um momento muito otimista, a gente vê uma procura alta pelos nossos produtos e serviços. Hoje nós temos uma demanda reprimida, precisamos cada vez mais colocar carros nas ruas para atender a procura”, diz Freitas.
Apesar de ser algo inicial no Brasil, dados recentes mostram que o compartilhamento de carros está em alta no mundo. O recente relatório Future Transport-News indica que até 2032, esse mercado vai atingir os 20 bilhões de dólares. Segundo um estudo da IMARC Group, o crescimento anual até 2032 será de 16%.
A meta da Awto é ter lucro em São Paulo nos próximos dois anos e então partir para a expansão dos serviços para outras cidades. “Se a gente estiver na trajetória que a gente está hoje , a gente pode antecipar a expansão”, diz Freitas. Um dos grandes desafios da operação em São Paulo é lidar com a falta de segurança e a violência urbana. “A gente teve que reforçar muito essa área da empresa, porque os desafios que a gente enfrentava no Chile não chegavam aos pés dos desafios que a gente enfrentou no início da operação no Brasil. Mas, hoje é impossível roubar um carro nosso”, afirma Freitas.
O investimento em diversas camadas de segurança é o que traz a tranquilidade de escalar a operação no Brasil, segundo ele. No estado de São Paulo, a próxima cidade a receber os serviços de compartilhamento de carros é Campinas, segundo o executivo. Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre são capitais que estão no radar da empresa.