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Simone Tebet é confirmada como ministra do Planejamento de Lula

Terceira colocada na corrida presidencial, Tebet dará um viés maior de articulação política a uma pasta técnica da Esplanada dos Ministérios

Por Larissa Quintino Atualizado em 29 dez 2022, 14h50 - Publicado em 29 dez 2022, 12h58
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  • Terceira colocada na corrida presidencial de 2022, Simone Tebet (MDB) virou o símbolo da chamada frente ampla construída pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua vitória contra Jair Bolsonaro (PL). E nesta quinta-feira, 29, foi confirmada como ministra do Planejamento no novo governo de Lula. A participação dela na Esplanada dos Ministérios era dada como certa após a importante atuação na campanha, mas a escalação para o Ministério do Planejamento não estava no radar. A senadora por Mato Grosso do Sul e ex-prefeita de Três Lagoas ocupará uma pasta estratégica e com um viés técnico, mas que ganha um peso importante de articulação política sob seu comando.

    Além de Tebet, outros 15 nomes foram confirmados por Lula: Marina Silva (Meio Ambiente), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Ana Mozart (Esporte), Daniela Souza Carneiro (Turismo), Renan Filho (Transportes), Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), André de Paula (Pesca), Carlos Lupi (Previdência), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

    Esse será o primeiro cargo executivo focado em economia que a emedebista vai ocupar. E a visão econômica divergente do PT foi algo que gerou surpresa no início das costuras. Tebet é liberal, defensora de reformas e de um Estado menor. Porém se aproximou de Lula no segundo turno das eleições presidenciais pelo foco em programas sociais, como o Bolsa Família. No Planejamento, ela terá a responsabilidade de formular o Orçamento do governo e discutir junto à Casa Civil e à Fazenda as políticas públicas do governo. Tebet trabalhará muito próxima dos outros dois ministros da área econômica: Fernando Haddad (PT) na Fazenda e Geraldo Alckmin (PSB) no Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

    Perfil

    Simone Tebet é formada em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em direito do Eestado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi professora de direito público e administrativo em diferentes instituições ao longo de 12 anos e trabalhou como consultora jurídica na Assembleia Legislativa de MS, onde ocupou também o cargo de diretora técnica legislativa.

    A vocação política de Tebet vem da família. Simone é filha de Ramez Tebet, com uma longa carreira política. O pai dela foi prefeito de Três Lagoas, deputado estadual, vice-governador e governador de MS, senador, ministro da Integração Nacional do governo de FHC e presidente do Senado, sempre pelo MDB. Ramez era senador quando morreu, em 2006.

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    Tebet foi eleita senadora em 2014 e foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado nos primeiros anos do governo de Bolsonaro. Ela presidiu os trabalhos e costurou acordos para a aprovação da reforma da Previdência na casa. Depois disso, se distanciou do governo de Jair Bolsonaro e virou abertamente opositora da atual gestão durante a pandemia da Covid-19. Tebet teve atuação destacada na CPI da Covid, como membro da bancada feminina. Foi Tebet que protagonizou um dos momentos mais importantes da comissão, ao conseguir que o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF, então no DEM, atual União Brasil) citasse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como responsável citado por Bolsonaro por suposta irregularidade na aquisição da vacina indiana Covaxin.

    Na esteira do destaque da CPI da Covid, ela se colocou como presidenciável e precisou vencer resistências dentro do próprio partido para que fosse escolhida candidata pelo MDB. Ela também foi a candidata da chamada terceira via, que se opunha tanto a Lula quanto a Bolsonaro, conseguindo construir uma aliança com o PSBD e o Cidadania após a retirada da candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) ao Planalto. Tebet teve 4.915.423 votos e terminou à frente de Ciro Gomes, do PDT.

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