Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Seu dinheiro de volta: por que o ‘cashback’ é a febre do momento

Mecanismo que devolve parte do valor de uma compra está em alta. Algumas instituições repassam até 10% da quantia gasta

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h06 - Publicado em 16 abr 2021, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Quem já passou pela experiência de encontrar um trocado esquecido, mesmo que se trate de uma pequena quantia, conhece bem a sensação. Recuperar parte de um dinheiro teoricamente gasto é um prazer que sempre vem a calhar, especialmente em tempos de crise. Atento a esse mecanismo, o mercado tem criado serviços de recompensa cada vez mais sedutores. No passado, fizeram sucesso os programas de milhagem e os cupons de desconto em restaurantes e lojas. Com a popularização do e-commerce e o surgimento de moedas e boletos virtuais, as alternativas se expandiram e uma palavrinha estrangeira tornou-se a nova febre do momento: cashback.

    Trata-se de um sistema segundo o qual o consumidor, ao efetuar uma compra, recupera parte do valor em forma de saldo (em reais, e não pontos), que poderá ser reutilizado de diversas formas. O cash­back foi desenvolvido nos Estados Unidos no fim do século passado e o que já era moda no exterior começou a ser amplamente adotado no Brasil durante a pandemia. Segundo levantamento da consultoria Clear­Sale, o setor de e-commerce cresceu 22% no país em 2020. No mundo, as transações com cash­back movimentaram 108 bilhões de dólares e a expectativa é que continue avançando acima de dois dígitos por muito tempo. “O cash­back é um benefício que atrai e fideliza o cliente”, afirma Pedro Guasti, cofundador da Ebit|Nielsen, plataforma que mede a reputação das lojas virtuais. “É uma alternativa bastante interessante, sobretudo para produtos de maior valor agregado.”

    NA ONDA - Benchimol, da XP: despesas com o cartão viram investimento -
    NA ONDA - Benchimol, da XP: despesas com o cartão viram investimento – (Germano Lüders/.)

    As buscas no Google pelo termo explodiram na última Black Friday e há cada vez mais iniciativas consolidadas. Na Méliuz, empresa pioneira em cash­back no país, foram abertos 2,4 milhões de contas de janeiro a março, 73% a mais que no primeiro trimestre do ano passado. Uma das líderes do mercado é a Ame Digital, fintech da B2W, grupo que controla as Lojas Americanas, e soma 17 milhões de downloads de seu aplicativo. Presente em 1 700 lojas físicas e com cerca de 3 milhões de parceiros no país, a Ame movimentou 5,9 bilhões de reais no quarto trimestre de 2020, um crescimento de 200%, na comparação com um ano atrás. Recentemente, em parceria com a fintech Bcredi, a Ame ofereceu 2% de cashback em uma linha de empréstimo de 3 milhões de reais — o que renderia, portanto, a devolução de 60 000 reais. O abastece aí, que deixou de ser apenas um app de descontos nos postos Ipiranga e passou a ser uma plataforma de serviços que atrai 200 000 novos clientes por mês, e o PicPay são outros bons amigos dos caçadores de recompensas.

    As inovações do setor muitas vezes esbarram na ausência de educação financeira adequada dos brasileiros. Estima-se que 80% dos investidores nacionais deixem seu dinheiro na poupança, um produto que, atualmente, rende apenas 70% da (baixa) taxa Selic. Além disso, o uso desenfreado do cartão de crédito pode levar a dívidas impagáveis. Recentemente, a plataforma tecnológica de investimentos XP anunciou uma novidade que almeja reduzir esses problemas, uma espécie de evolução do cash­back, batizada de invest­back. Ao efetuar compras com o cartão de crédito, o cliente recebe de volta ao menos 1% em todas as compras e entre 2% e 10% naquelas efetuadas dentro do marketplace da empresa (Nike e Spicy estão entre as marcas parceiras com cash­back máximo). O diferencial é que, ao ultrapassar a marca de 50 reais, o valor acumulado é encaminhado para um fundo de investimentos. Em vez de apenas recuperar o dinheiro, o cliente pode fazê-lo render. “Queremos que os cartões deixem de ser vilões do endividamento e passem a ser aliados de investimento”, afirma Guilherme Benchimol, fundador da XP.

    Continua após a publicidade

    Arte Cashback

    Assim como qualquer tipo de promoção, o cashback pode trazer benefícios, mas convém tomar alguns cuidados. É primordial verificar a credibilidade da empresa e analisar suas regras, para não ficar exposto a golpes. Também é necessário comparar os preços — afinal, o que adiantaria um cashback de 5% sobre um produto 10% mais caro? Há ainda o risco comportamental exacerbado na pandemia. “Muitas pessoas estão abatidas em casa e têm preenchido esse vazio fazendo compras. Para economizar, é preciso se questionar: ‘Eu realmente preciso desse item?’ ”, alerta Carol Dias, a mais influente educadora financeira do país, com 5,9 milhões de seguidores no Instagram. “As compras têm de ser racionais, e não emocionais.” Um descontinho, ou aquele dinheiro que você já não contava com ele, é sempre bem-vindo.

    Publicado em VEJA de 21 de abril de 2021, edição nº 2734

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.