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Serviços, setor mais importante do PIB, registra quarta alta consecutiva

Atividades avançaram 1,8% em setembro; apesar da alta acumulada de 13,4%, o nível ainda é inferior ao período pré-pandemia

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 mar 2021, 15h18 - Publicado em 12 nov 2020, 09h45
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  • O setor de serviços, que representa mais de 70% do PIB do Brasil, foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus e também é o que vem se recuperando de forma mais lenta. Em setembro, foi registrado o quarto mês seguido de alta, com crescimento na casa dos 1,8%. A retomada do setor, que depende muito de atendimento presencial, ainda deprimido por medidas de distanciamento e medo do contágio da doença, não ocorre de forma tão rápida como visto no comércio, por exemplo. O ganho acumulado de 13,4% acumulado entre junho e setembro é insuficiente para compensar as perdas de 19,8% acumuladas de fevereiro a maio.

    Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira, 12, pelo IBGE. Apesar da retomada, setembro demostrou desaceleração em relação aos meses anteriores, que tiveram crescimento na casa dos 2,5%. Em relação a setembro de 2019, o setor recuou 7,2%, sua sétima taxa negativa seguida nessa comparação. O acumulado no ano caiu 8,8% frente ao mesmo período de 2019.

    Na passagem de agosto para setembro, quatro das cinco atividades pesquisadas cresceram. Apenas serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) tiveram resultado negativo, eliminando pequena parte do ganho de 5,8% no período de junho a agosto.

    Os setores mais afetados pela pandemia, serviços prestados às famílias (9,0%) e transportes (1,1%), tiveram importância mais moderada na composição do resultado do mês, já que ambos cresceram pelo quinto mês seguido, o que lhes conferiu uma base de comparação mais elevada.  “Muitos trabalhadores ainda estão exercendo suas funções fora do local de trabalho e ainda há muitas pessoas que não estão saindo de casa nem viajando. Por isso, estabelecimentos como restaurantes e hotéis, além do transporte de passageiros ainda não estão funcionando em plena capacidade, atuando como limitadores de um processo mais acelerado de retomada tanto dos serviços prestados às famílias como do setor de transportes como um todo”, explica Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços.

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    O transporte aéreo teve uma alta de 19,2% frente ao mês anterior, mas ainda acumula queda de -37,6% no ano. Por outro lado, os segmentos de transporte aquaviário (11,2%) e de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,2%) foram os únicos (além dos serviços de tecnologia da informação) que registraram taxas positivas no acumulado do ano. Os serviços prestados às famílias acumulam retração de -38,6% no ano, sendo que o segmento de serviços de alojamento e alimentação é o que soma maior queda dentre todos os segmentos: -40,2%.

    Outra atividade em destaque foi a de informação e comunicação, que avançou 2% em setembro, eliminando, portanto, a queda de agosto (-1%). Mas o ganho acumulado de 7% no período junho-setembro ainda não compensou todo o recuo (-8,9%) de janeiro a maio.

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    Já o setor de outros serviços, alcançou 4,8% na comparação com o mês anterior, e 6,1% no acumulado do ano, foi o único a superar o nível pré-pandemia. “Outros serviços alcançaram o maior patamar desde outubro de 2014, refletindo a alta nos serviços financeiros e auxiliares. As empresas nesse segmento vêm obtendo incrementos de receita desde o segundo semestre de 2018 em função da redução consistente da taxa Selic, que reduziu os ganhos com a poupança e levou os agentes econômicos a buscarem alternativas mais atraentes de investimentos, sejam de renda fixa ou variável. Neste sentido, empresas que atuam como intermediárias desse processo de captação recursos, tais como as corretoras de títulos e as administradoras de bolsas de valores, têm obtido ganhos expressivos de receita por conta da maior procura por ativos de maior rentabilidade”, analisa Lobo.
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