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Seca no RS diminui projeção de grãos, mas safra 2023 ainda aponta recorde

Forte estiagem derrubou em 3,9 milhões de toneladas a estimativa para o ano; agro é tido como o setor que segurará a economia no período

Por Larissa Quintino Atualizado em 10 mar 2023, 01h20 - Publicado em 9 mar 2023, 09h27
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  • A safra brasileira de grãos deve ser recorde em 2023, totalizando 298 milhões de toneladas, de acordo com a estimativa de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE. Em relação a janeiro, a estimativa registrou redução de 1,3% (3,9 milhões de toneladas), primeira queda desde o início das projeções para 2023.

    É na estimativa recorde do agro que as projeções para o crescimento da economia em 2023 se sustentam. Com altas taxas de juros e desaceleração da economia no mundo inteiro, o recorde vindo do campo brasileiro segura a estimativa do PIB em 0,85%, segundo projeções do Boletim Focus. No ano passado, o PIB cresceu 2,9%, com queda do agro, que registrou quebra de safra.

    Em relação a janeiro, os principais declínios nas estimativas da produção foram da soja (-1,7% ou -2.524.827 toneladas), do milho 1ª safra (-2,5% ou -733.342 t), do milho 2ª safra (-0,4% ou -373.587 t) e do arroz (-2,5% ou -252 744 t). Segundo o IBGE, a queda na estimativa ocorre por causa de fatores climáticos. O Rio Grande do Sul tem sofrido os efeitos do fenômeno La Niña, com uma forte estiagem, o que levou à redução de sua estimativa de produção no mês. “Os dados de produção do Rio Grande do Sul, que está enfrentando uma seca, começaram a ser observados em fevereiro. Por isso vemos essa queda de 3,9 milhões de toneladas em comparação com o mês anterior. O estado é nosso terceiro maior produtor de grãos”, explica Carlos Barradas, gerente do LSPA.

    Barradas acrescenta que apesar dos impactos sofridos no Rio Grande do Sul, a estimativa de produção de soja e milho no país continua recorde para 2023, impulsionada por boas condições de produção, plantio e colheita.

    “Ao contrário do ano passado, em 2023 a seca está concentrada mais no Rio Grande do Sul, e com menor intensidade no Estado. Nos demais estados produtores, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, está chovendo muito bem. Por isso estamos batendo novo recorde de produção de soja, milho e grãos”, analisa o gerente do levantamento.

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    Clima

    A seca no Rio Grande do Sul também afetou a produção de arroz. A estimativa para o ano está em 10 milhões de toneladas, declínios de 2,5% em relação ao mês anterior e de 6,0% em relação a 2022. Apesar das perdas, que no mês de fevereiro chegaram a 252.744 toneladas, essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado brasileiro.

    “O principal produtor de arroz do país é o Rio Grande do Sul. Com a seca, é possível que a disponibilidade de água para irrigação tenha sido reduzida, visto que, quando há uma seca nessas proporções, muitos municípios limitam a água para este fim. A prioridade é o abastecimento urbano das populações “, destaca Barradas.

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