Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Reforma tributária do governo deve ser apresentada nas próximas semanas

Segundo o secretário da Receita, Marcos Cintra, projeto será 'de conciliação'; impostos estaduais ficarão de fora e contribuição como a CPMF pode ser criada

Por da Redação
Atualizado em 12 ago 2019, 15h04 - Publicado em 12 ago 2019, 14h19
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou nesta segunda-feira, 12, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve apresentar a proposta de reforma tributária do governo nas próximas duas semanas. Atualmente, tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados um projeto apresentado pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Há outra proposta em análise pelos deputados e um terceiro texto em desenvolvimento pelos estados. 

    Publicidade

    “Será um projeto de conciliação, que tenta agrupar todas essas tendências de acordo com as necessidades históricas e circunstanciais”, disse o secretário, em referência a todas as propostas de reforma tributária que estão em discussão. Ele participou de apresentação na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista.

    Publicidade

    Na visão de Cintra, o ponto mais problemático na discussão será a que envolve os entes da federação. Ele deu exemplo de países e regiões que estão tendo dificuldades para implantar um Imposto de Valor Agregado (IVA) também em seus estados, como na Índia e na Alemanha. O secretário se refere especificamente à proposta de reforma do tributarista Bernard Appy, que é a base do projeto que tramita na Câmara. 

    Para ele, um IVA incluindo estados é “inatacável do ponto de vista conceitual”. Mas ressaltou que a realidade é diferente da abstração dos livros. “Um tributo como esse teria vida curta e daqui a 10 ou 15 anos estaríamos discutindo uma nova reforma, diante da inadequação desses tributos frente à realidade”, disse.

    Contribuição sobre operações financeiras

    O governo trabalha na unificação de impostos sem a abrangência dos tributos estaduais e de uma contribuição sobre transações financeiras, reconhecida por ele como da mesma “espécie” que a extinta CPMF, mas disse que já realizou estudos em que essa distorção seria amenizada em equilíbrio do imposto único. O polêmico tributo, que está sendo chamado de Contribuição Previdenciária, aumentaria a base tributária em “aproximadamente 30%”.

    Publicidade

    “Isso significa que 30% do nosso PIB que hoje estão na economia subterrânea – na economia formal, porém praticando evasão e sonegação – e na economia formal serão incorporados por esse novo tributo. Não há outro tributo capaz de alcançar essas bases a não ser um sobre pagamentos”, disse.

    Continua após a publicidade

    Cintra reconheceu as distorções do tributo – que está sendo chamado de Contribuição Previdenciária –, sobretudo por causa do efeito cumulativo da cobrança. Mas, segundo o secretário, é preciso comparar modelos. “Mesmo cumulativo, a alíquota sendo baixa, o nível de distorção, de cumulatividade implícita nesse modelo, é mais baixo do que com um IVA de alíquota mais alta”, afirmou.

    Publicidade

    Cintra disse que prefere um imposto sobre transações com alíquota de 2% do que um IVA com alíquota de 30%, 35%. O chefe da Receita voltou a falar sobre o mecanismo chamado por ele de “gangorra”, que permitiria ajuste na proporção na qual IVA e imposto sobre pagamentos bancariam a desoneração da folha de pagamentos. O secretário esclareceu que a proposta de emenda constitucional a ser encaminhada ao Congresso não trará a definição de uma alíquota sobre transações, questão que terá ainda de ser discutida.

    Ainda segundo Cintra, o IVA vai blindar os mercados financeiro e de capitais na medida em que esses setores não sofrerão tributação cumulativa. A proposta a ser apresentada pelo governo – segundo Cintra, na próxima semana– terá três eixos: imposto sobre pagamentos, IVA federal (para reunir tributos federais como PIS, Cofins e IOF arrecadatório) e mudanças no Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (Com Estadão Conteúdo e Reuters)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.