Em 2022, a produtividade do trabalho na indústria de transformação caiu pelo terceiro ano consecutivo, registrando queda de 2,8% comparado a 2021. Os números são da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de um estudo divulgado nesta quarta-feira, 23. Essa é a segunda maior queda anual da série histórica do indicador – iniciada em 2000 – atrás apenas da registrada em 2021 (-4,7%). Em relação a 2019, período pré-pandemia, o indicador acumulou queda de 7,9%.
A produtividade do trabalho efetiva – que compara a produtividade da indústria brasileira com a média de seus 10 principais parceiros comerciais – caiu 9,0% entre 2019 e 2022. O Brasil apresentou o mais fraco desempenho entre os 11 países analisados, praticamente empatado com a França, perdendo 5,2% de produtividade no período. Apenas o Brasil, a França e o Japão ainda apresentam produtividade abaixo do nível pré-pandemia.
Desde o início da série, a produtividade da indústria de transformação brasileira acumulou crescimento de 9,2%, número acima apenas do crescimento registrado na indústria manufatureira japonesa (4,8%). Todos os 11 países analisados registraram alta no período. Os maiores aumentos foram observados na Coreia do Sul e no Reino Unido, que conseguiram mais do que dobrar a produtividade de seus trabalhadores, com alta de 132,2% e 127%, respectivamente. Por conta disso, a produtividade efetiva da indústria brasileira acumula uma queda de 23%.
A explicação do baixo desempenho recai, em grande parte, sobre os problemas decorrentes da pandemia e da guerra da Ucrânia que desequilibraram as cadeias produtivas, dificultando o planejamento das empresas, redução e até suspensão da produção. A falta ou o alto custo de matérias-primas foi o principal problema apontado pela indústria brasileira entre o terceiro trimestre de 2020 e o quarto trimestre de 2022, segundo a Sondagem Industrial da CNI.