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Prévia da inflação acelera para 0,54% em outubro com conta de luz mais cara

Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira vieram ligeiramente acima da estimativa do mercado, de 0,51% no período

Por Larissa Quintino Atualizado em 24 out 2024, 11h28 - Publicado em 24 out 2024, 09h08
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  • A prévia da inflação de outubro apresentou alta de 0,54%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo IBGE. O número representa uma aceleração em relação aos 0,13% registrados na prévia de setembro, além de virem ligeiramente acima da expectativa do mercado, de 0,51%.

    Segundo o IBGE, o principal impacto veio do grupo Habitação, com a alta na conta de energia, que tem a bandeira 2 de cobrança extra vigente. A prévia da inflação mede os preços da primeira quinzena no mês de referência, neste caso, outubro, e das duas últimas semanas no mês anterior.

    No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,47%, acima dos 4,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e muito próximo do limite de tolerância da meta, que é de 4,5% para este ano. A pressão inflacionária deve levar o Banco Central a apertar ainda mais os cintos na condução da política monetária, isto é, juros mais altos. O BC se reúne mais duas vezes neste ano e o mercado estima um aumento de ao menos 0,5 ponto nas próximas reuniões.

    Em outubro de 2023, a taxa medida pelo IPCA-15  havia sido de 0,21%.

    Com exceção de Transportes, cujos preços recuaram 0,33%, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de outubro. O destaque foi Habitação, responsável pela maior variação (1,72%) e pelo maior impacto no índice. Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a setembro, quando teve variação de 0,50%. Os grupos Alimentação e bebidas (0,87%) e Saúde e cuidados pessoais (0,49%) completam o ranking das três maiores variações neste mês.

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    O aumento de 5,29% nos preços da energia elétrica residencial, subitem com maior impacto positivo no IPCA-15 de outubro (0,21 p.p.), contribuiu para a alta apresentada pelo grupo Habitação. A entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar dois, a partir de 1º de outubro, influenciou o comportamento do subitem na passagem de setembro (0,84%) para outubro. A subida de preços do gás de botijão (2,17% e 0,03 p.p.) também contribuiu positivamente para o resultado do grupo.

    Já no grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio teve aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de redução de preços. Os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%), e do leite longa vida (2%) impactaram o desempenho do grupo. No sentido oposto, destacaram-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).

    A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de 0,22% em setembro para 0,66% em outubro, o que pode ser explicado pelos aumentos nos preços da refeição (de 0,22% em setembro para 0,70% em outubro) e do lanche (de 0,2% para 0,76%).

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    Em Saúde e cuidados pessoais (0,49%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA-15 de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro.

    Transportes

    Único grupo a apresentar queda em outubro, Transportes foi impactado sobretudo pelas passagens aéreas (-11,40% e -0,08 p.p.). Ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) contribuíram também para o resultado negativo do grupo, em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro. Quanto aos combustíveis (-0,01%), o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%) apresentaram quedas, o etanol subiu 0,02% e a gasolina mostrou estabilidade de preço (0,00%).

    Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em outubro. Goiânia foi a cidade com maior variação (1,07%), consequência da alta da energia elétrica residencial (6,51%) e da gasolina (5,94%). Já o menor resultado foi observado em Porto Alegre (0,17%), influenciado pela queda nos preços das passagens aéreas (-17,16%).

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