Os preços do petróleo saltaram para seu maior nível em mais de três meses nesta sexta-feira, 3, depois de os Estados Unidos matarem o principal comandante militar do Irã, o general Qasem Soleimani, no Iraque, gerando preocupações de que a escalada dos conflitos na região possa afetar as ofertas globais de petróleo. O petróleo Brent fechou em alta de 2,35 dólares, ou 3,6%, a 68,60 dólares por barril, após tocar máxima de 69,50 dólares na sessão, maior valor desde meados de setembro, quando instalações petrolíferas da Arábia Saudita sofreram ataques. Já o petróleo dos EUA avançou 1,87 dólar, ou 3,1%, para 63,05 dólares por barril. A máxima da sessão foi de 64,09 dólares, o mais alto nível desde abril de 2019.
Todos os campos de petróleo do Iraque estão operando normalmente e produção e exportações não foram afetadas, de acordo com comunicado do Ministério do Petróleo do Iraque. O órgão acrescentou que cidadãos de outras nacionalidades não estão deixando o país.
Na saída do Palácio da Alvorada pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que a ação dos EUA vai impactar o preço do petróleo no mercado internacional, o que pode repercutir no Brasil. “Que vai impactar, vai. Agora, vamos ver nosso limite aqui. Porque, se subir, já está alto o combustível, se subir muito complica”. O presidente disse ainda que não pode intervir no preço do combustível e destacou que, quando foi feito no passado uma política de tabelamento de preços, não deu certo.
A Petrobras decide sobre os preços dos combustíveis com base em fatores como a cotação internacional do petróleo e o câmbio. Esse sistema está em vigor desde setembro de 2018. Então, a nova crise no Oriente Médio pode impactar no preço dos combustíveis brasileiros. Em setembro, após o ataque à refinaria saudita Saudi Aramco, a Petrobras evitou repassar o aumento do preço do petróleo em primeiro momento, mas dias depois reajustou o combustível na casa dos 3,5%.
A morte de Soleimani reacendeu as tensões, gerando preocupações quanto a um possível aperto na oferta de petróleo, embora o efeito do maior risco geopolítico permaneça incerto. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 3, que a ação aérea no Iraque perpetrada para matar o principal estrategista militar do Irã não teve o intuito de iniciar uma guerra, mas, sim, de pôr fim a ela. “Nós atuamos para parar uma guerra, não para começar uma guerra”, afirmou à imprensa no seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, depois de ter determinado o envio de mais 3.500 soldados ao Oriente Médio.
(Com Reuters)