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Por que em março a indústria americana acelerou e a brasileira caiu

Aumento do número de infecções pelo coronavírus e novos lockdowns pesaram na confiança brasileira; por trás do quadro está a efetividade da vacinação

Por Luisa Purchio Atualizado em 1 abr 2021, 20h45 - Publicado em 1 abr 2021, 15h30
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  • Unidade de laminação da Planta Industrial da Gerdau
    DESEQUILÍBRIO Indústria brasileira e americana sofreram pressões nos preços por falta de insumos e atrasos nas entregas (Leo Drumond/Agencia Nitro/VEJA)

    Dados sobre a indústria brasileira e americana divulgados nesta quinta-feira, 1º, pela consultoria IHS Markit mostram que a economia dos países caminhou para caminhos completamente opostos em março. De acordo com a instituição, no mês o índice PMI Manufatura do Brasil caiu para 52,8, o menor patamar em nove meses, ante 58,4 em fevereiro.

    Nos Estados Unidos, por sua vez, o PMI Manufatura apresentou a segunda maior alta desde o início da série histórica, em 2007. Em março o índice ficou em 59,1, ante 58,6 em fevereiro. Por lá a vacinação ampla da população incentivou o aumento do consumo e o número de pedidos à indústria teve a maior alta desde 2014.

    No Brasil, a queda foi causada pela alta no número de contaminados pelo novo coronavírus, que geraram a necessidade do endurecimento das medidas de distanciamento social em diversas cidades. “Preocupações a respeito da pandemia limitaram a confiança nos negócios, e as empresas indicaram o menor nível de otimismo desde maio de 2020”, diz Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da IHS Markit.

    O setor brasileiro foi afetado ainda pela escassez de matéria-prima e restrições nos transportes, que afetam a cadeia de suprimentos e provocaram atrasos inéditos nos prazos de entrega. Além disso, os custos dos insumos tiveram um aumento significativo no mês. Para impedir um impacto muito grande em suas margens de lucro, as empresas cortaram empregos e repassaram a alta para os preços dos produtos. “O índice de emprego caiu pela primeira vez desde meados de 2020, ao passo que os preços subiram a uma das taxas mais acentuadas desde o início da pesquisa, no início de 2006”, diz Pollyanna.

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    Este mesmo problema atingiu a indústria nos Estados Unidos. Por lá, houve pressão inflacionária devido ao mais rápido aumento de custo em uma década, levando a um repasse parcial de preços aos clientes. Apesar da alta da demanda interna e do aumento dos pedidos de exportação, não houve um aumento significativo na produção devido à escassez de oferta e atrasos nas entregas.

    “Atrasos na cadeia de suprimentos e atrasos de pedidos incompletos estão crescendo a taxas sem precedentes nos catorze anos do histórico da pesquisa, o que significa que os estoques de produtos acabados estão caindo em um taxa íngreme”, diz Chris Williamson, economista-chefe de negócios da IHS Markit.

    O aumento das compras americanas foi influenciado pelo recebimento de cheques pelas população depois da aprovação do pacote de 1,9 trilhão de dólares de Joe Biden. Agora a preocupação dos economistas é se o aumento do poder de compra pressionará ainda mais a inflação. “Com as expectativas de negócios se tornando ainda mais otimistas em março, o forte crescimento da produção parece provável no segundo trimestre, mas a grande questão será se com o aumento as pressões sobre os preços também se tornam mais arraigadas”, diz Williamson.

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