O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou expansão de 0,8% no primeiro trimestre de 2024, quando comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Os dados divulgados nesta terça-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estão em linha com a expectativa do mercado financeiro, que estimava um avanço de 0,7% no período.
O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou 2,7 trilhões de reais em valores correntes no trimestre encerrado em março.
O avanço da atividade reflete a combinação entre a expansão da política fiscal e um mercado de trabalho aquecido. Essa conjuntura impulsionou o setor de serviços, sob a ótica da produção, e o consumo das famílias, na ótica da demanda.
Os serviços, que representam 70% do PIB, cresceram 1,4%. O avanço se deve a contribuições vindas do comércio (3%), de informação e comunicação (2,1%) e de outras atividades de serviços (1,6%). A agropecuária, que puxou o PIB no ano passado, cresceu 11,3% no período, refletindo a colheita da primeira safra — componente sazonal. Já a indústria registrou uma pequena variação negativa (-0,1%), que é considerada estabilidade.
O bom resultado no primeiro trimestre deve impulsionar o crescimento da economia no ano. O mercado financeiro espera um crescimento de 2,05% para 2024, segundo o último Boletim Focus. Já o governo trabalha com uma projeção maior, de 2,5% neste ano.
No acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, o PIB cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na Agropecuária (6,4%), na Indústria (1,9%) e nos Serviços (2,3%).
Resultado
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, afirma que, dentro do setor de serviços, algumas atividades se destacaram na alta do PIB ante o trimestre anterior: “O comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade de internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos, e os serviços profissionais, que transpassam a economia como um todo”.
Na mesma comparação, Palis lembra que, na análise do PIB pela ótica da demanda, há uma continuidade do crescimento do consumo das famílias, devido à melhoria do mercado de trabalho no país e às taxas de juros e de inflação mais baixas, além da continuidade dos programas governamentais de auxílio às famílias.
Outro destaque positivo foi o aumento dos investimentos, alavancados pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção. Por outro lado, a economista do IBGE lembra que a produção de bens de capital ainda está no terreno negativo na taxa interanual.