A Petrobras passará a publicar os preços médios do litro da gasolina e do diesel nas refinarias após o Carnaval, todas as vezes em que houver mudanças de valores, como forma de tornar o processo mais transparente, afirmou nesta quarta-feira o presidente da companhia, Pedro Parente.
A afirmação vem após o ministro Moreira Franco acusar empresas do setor de combustíveis de agir em cartel, impedindo que recentes cortes de preços realizados pela Petrobras nas refinarias cheguem aos consumidores, o que foi refutado por revendedores e distribuidores.
“O que pretendemos fazer é dar mais transparência a informação que divulgamos. É é uma contribuição sobre a discussão que está acontecendo em relação a (esse tema)”, disse Parente.
Com a mudança, o executivo afirmou que a empresa quer mostrar ao público que a parcela do preço dos combustíveis é inferior a um terço do valor total que chega aos consumidores e também quer deixar clara a velocidade com a qual eventuais mudanças são transmitidas aos consumidores nos postos.
Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) afirmou que “a medida, aparentemente, visa dar maior transparência aos preços, mas na verdade poderá causar uma confusão ainda maior no setor”.
Isso porque, segundo o sindicato, após serem vendidos às distribuidoras, os preços de ambos os combustíveis passam por adições de impostos, custos e margem das distribuidoras e dos revendedores.
Além disso, o Sincopetro destacou que a velocidade com que a Petrobras realiza os reajustes não é a mesma com que as distribuidoras repassam para os postos.
“Se não for muito bem explicado será uma atitude irresponsável, vai colocar a população contra os donos de postos, porque a pessoa vai ver um preço divulgado pela Petrobras e vai achar que vai encontrar o mesmo valor no posto, sem considerar impostos, custos e margens das distribuidoras”, disse em nota o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia.
“Fazer a consulta (ao Cade), como pretende o ministro Moreira Franco, não tem problema nenhum…, o que não pode é querer falar que toda a culpa está no posto, a última ponta da cadeia, sem considerar as políticas e impostos dos governos dos Estados e da União”, afirmou