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Perdas com a greve dos caminhoneiros superam R$ 75 bilhões

Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas estima que as áreas de comércio e serviços deixaram de faturar R$ 27 bi entre os dias 21 e 28

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 31 Maio 2018, 09h22 - Publicado em 31 Maio 2018, 08h39
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  • As projeções preliminares de diversos segmentos da economia após dez dias de greve dos caminhoneiros apontam para perdas de mais de 75 bilhões de reais. Em alguns casos, os prejuízos ainda podem aumentar mesmo após o fim do movimento, pois, dependendo do tipo de atividade, a retomada poderá levar de uma semana a 20 dias.

    Também há preocupação sobre como será a volta das atividades. “Não sabemos ainda, por exemplo, como será precificado o aumento do frete”, afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “Dá arrepios só de pensar.”

    O setor calcula que deixou de gerar, até agora, 3,8 bilhões de reais, e precisará de duas a três semanas para retomar totalmente as atividades.

    A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que as áreas de comércio e serviços deixaram de faturar cerca de 27 bilhões de reais entre os dias 21 e 28.

    “São nítidos os transtornos causados pelo desabastecimento generalizado, que pode provocar danos ainda maiores ao País, como aumento do desemprego, falta de gêneros alimentícios, estoques, baixo fluxo de vendas e prejuízo ao desenvolvimento econômico”, diz o presidente da Fecomércio de Minas Gerais, Lúcio Emílio de Faria Júnior.

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    Os supermercados contabilizam 2,7 bilhões de reais em prejuízos. Para os distribuidores de combustível, as perdas já atingem 11,5 bilhões de reais.

    Volta lenta

    Com menos bloqueios nas estradas e a volta, lentamente, do abastecimento de combustíveis, algumas empresas estão retomando operações.

    Das 167 unidades produtoras de aves, ovos e suínos que estavam paradas em todo o país, 46 reiniciaram atividades nesta quarta-feira, 30, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As empresas do setor acumulam prejuízos de 3 bilhões de reais e perderam 70 milhões de aves, mortas por falta de ração. Com parte do abastecimento retomado, a mortandade deve acabar.

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    Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a cadeia produtiva da pecuária de corte deixou de movimentar entre 8 bilhões de reais e 10 bilhões de reais.

    Os produtores de leite perderam 1 bilhão de reais, parte disso com o descarte de mais de 300 milhões de litros de leite. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) calcula que produtores em geral devem levar de seis meses a um ano para se reestruturarem.

    O setor têxtil estima perdas de 1,8 bilhão de reais e, até esta quarta, ainda tinha cerca de 70% das empresas paradas ou prestes a parar. A previsão da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) é de que serão necessários pelo menos 20 dias para que a situação seja normalizada.

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    Carros

    Na indústria automobilística quase todas as fábricas estão paradas desde sexta-feira. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, diz que “a maioria retomará a produção, de maneira gradual, a partir de segunda-feira”. As unidades da Fiat em Minas Gerais e da Jeep em Pernambuco voltam a operar nesta quinta-feira, 31.

    A Anfavea não divulgou prejuízos, mas, com base na produção média de veículos em abril, cerca de 51 mil veículos deixaram de ser fabricados. O resultado deste mês poderá interromper uma sequência de 18 meses de alta na comparação interanual.

    Até terça-feira as vendas do setor tinham caído 11% em relação a abril (para 192,8 mil unidades), mas ainda devem superar o volume de maio de 2017, de 195,6 mil unidades.

    A indústria química soma 2,5 bilhões de reais em perda de faturamento e calcula em dez dias o período para retomada de atividades.

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