Na hora de se candidatar para uma vaga em que é exigido um currículo em inglês ou simplesmente fazer uma versão em outra língua do seu principal cartão de visita, muitos candidatos acabam “jogando” as informações em uma ferramenta de tradução para depois inseri-las no documento. A medida, bastante frequente, pega mal com os recrutadores e pode eliminar o profissional do processo.
Segundo especialistas em recursos humanos consultados por VEJA, o processo exige que as informações sejam adaptadas ao idioma com cuidado. Para o diretor da consultoria Hays Response, Luis Fernando Martins, a própria tradução já serve de parâmetro para seleção em uma disputa por vaga. “Não é simplesmente fazer tradução com ferramenta. Se a cadeira exige um nível de inglês, este nível será cobrado”, explica.
Dada a importância da impressão que o currículo passa a quem o analisar, uma dica é recorrer à ajuda de especialistas na própria área profissional que tenham experiência na língua a ser traduzida. O diretor executivo da Michael Page Brasil, Ricardo Basaglia, recomenda essa alternativa caso o candidato não tenha pleno domínio do idioma. “Isso porque não é só traduzir, ele tem que usar termos técnicos adequados, bem como uma fazer uma construção verbal apropriada”, explica.
De acordo com Larissa Meiglin, psicóloga e supervisora de assessoria de carreira da Catho, para checar a tradução do documento e adaptar para o inglês da maneira correta o candidato pode buscar periódicos científicos da área, bem como trabalhos de conclusão de curso do país. “Necessário consultar fontes fidedignas.” Outra opção é contatar um tradutor juramentado.
Ainda segundo ela, para começar, o ideal é ter um currículo perfeito em português. “Só depois de ter um bom currículo no idioma original é que o candidato deve traduzi-lo para a língua desejada.”
Formato
Se as informações devem ser adaptadas ao inglês, o formato deve ser mantido igual à versão em português, caso a candidatura seja para uma empresa brasileira. Para Telma Guido, diretora de gestão de carreira da Right Management, tentar imitar um modelo de documento estrangeiro não conta pontos. “Nada de fazer um currículo americano”, alerta.
Mas, se o objetivo do candidato é fazer um currículo para uma vaga em determinado país, é preciso conhecer bem o que costuma ser cobrado pelos recursos humanos dessas nações. “Nos Estados Unidos, por exemplo, os currículos não precisam falar da situação pessoal do candidato – como estado civil, ou se tem filhos -, são informações que não costumam interessar aos recrutadores e gestores”, conclui Basaglia.