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Países ibero-americanos criam fundo para reparar história do povo negro

Rio de Janeiro, 19 nov (EFE).- Ao fim do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescentes (Afro XXI) neste sábado os países da região acordaram a criação de um fundo com contribuições voluntárias para financiar projetos dedicados à preservação cultural africana, que servirá de reparação histórica à população negra. O fundo será administrado pela Secretaria-Geral […]

Por Da Redação
19 nov 2011, 17h47
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  • Rio de Janeiro, 19 nov (EFE).- Ao fim do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescentes (Afro XXI) neste sábado os países da região acordaram a criação de um fundo com contribuições voluntárias para financiar projetos dedicados à preservação cultural africana, que servirá de reparação histórica à população negra.

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    O fundo será administrado pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib), referendou a declaração assinada no encerramento do evento realizado em Salvador, na capital da Bahia, que teve a presença de quatro presidentes e altos representantes de 16 países latino-americanos e africanos.

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    Entre as autoridades que participaram do encontro realizado por causa do Ano Internacional dos Afrodescendentes estavam a presidente Dilma Rousseff; o mandatário uruguaio, José Mujica; da Guiné, Alpha Condé, do Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca; e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.

    O vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, e altos cargos de organismos da ONU fecharam o rol de representantes políticos e de organizações presentes.

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    Além da criação do fundo, na reunião foi acertado instaurar um observatório de dados estatísticos sobre afrodescendentes na América Latina e no Caribe, para compilar os dados sobre a população negra na região com o objetivo de contribuir ao desenvolvimento de políticas públicas.

    A declaração propôs uma década dedicada aos afrodescendentes, englobando iniciativas contra o racismo e em favor da inclusão dos negros nos próximos dez anos.

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    De forma simbólica, a declaração incluiu a proposta de nomear a cidade de Salvador como a ‘capital ibero-americana dos afrodescendentes’.

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    Um segundo documento foi elaborado no Afro XXI, a Carta de Salvador. O texto reuniu uma longa lista de princípios e recomendações para melhorar o acesso de negros à educação, à justiça e aos cargos públicos, assim como medidas para eliminar a discriminação e o racismo.

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    A Carta pediu aos países do grupo proteger os jovens negros que vivem o ‘genocídio’ da violência derivada da pobreza e denunciou as práticas de intolerância religiosa e o desprezo à cultura africana.

    No plano político, a sugestão foi constituir um fórum permanente de afrodescendentes nas Nações Unidas e a fundação de um centro histórico para preservar a memória da escravidão.

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    A presidente Dilma disse na cerimônia que até os dias de hoje são sentidas as ‘consequências dramáticas’ da escravidão, como a ‘invisibilidade’ dos pobres, a miséria, a violência, a discriminação e o racismo.

    ‘A pobreza no Brasil tem a face negra, feminina e muitas vezes infantil. Resgatar essas povoações é um objetivo essencial de meu Governo’, afirmou Dilma, quem defendeu a aplicação de medidas inclusivas e de redistribuição da riqueza.

    Na mesma linha, o mandatário uruguaio anunciou que seu Governo vai beneficiar os negros com medidas políticas de inclusão na educação a partir de 2012.

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    ‘Que nenhum negro, nenhum homem ou mulher que traga em suas veias sangue africano fique sem educação de qualidade’, afirmou Mujica, quem ressaltou que nunca será possível pagar a dívida histórica com a população originária da África.

    O líder do Cabo Verde insistiu na importância da defesa da liberdade religiosa e cultural como parte da promoção da igualdade racial.

    ‘Não podemos esquecer que as maiores violências relacionadas ao racismo são contra a cultura e a religião dos afrodescendentes’, afirmou Fonseca.

    Por sua vez, o titular da Segib falou sobre a necessidade de superar a exclusão e a desigualdade entre as raças, erradicando o racismo, que segundo ele é um sentimento ‘muitas vezes incorporado à sociedade’.

    ‘A mestiçagem é o maior ativo social da América Latina e do Caribe, deve ser reconhecido com um olhar ao passado, ao presente e ao futuro’, destacou Iglesias em seu discurso de encerramento, que reuniu cerca de 2 mil pessoas, entre estudantes, políticos, gestores e ativistas desde a última quinta-feira. EFE

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