Terminou sem acordo as negociações entre a petroleira OGX, de Eike Batista, e os detentores de bônus com vencimentos em 2018 e 2022, segundo comunicado divulgado pela empresa na madrugada desta terça-feira. Isso significa que a petroleira não conseguiu um acordo para reestruturar a dívida de 3,6 bilhões de dólares. O prazo para entendimento termina nesta semana. Caso o calote se confirme, este será o maior default de dívida de uma empresa da América Latina. Em 1º de outubro, a empresa deveria pagar 45 milhões de dólares em juros aos detentores dos títulos mas não honrou o compromisso. Antes de ser declarada inadimplente, contudo, a OGX pode entrar com um pedido de recuperação judicial – o que o mercado considera mais provável neste momento do que a falência.
Fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters afirmam que a empresa se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial a partir desta terça-feira. Representantes da OGX não estavam disponíveis para comentar o fato. A coluna Radar, de Lauro Jardim, informa nesta terça-feira que o “dia D” da empresa de Eike não será hoje, mas que não passa desta semana.
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Os campos de exploração da OGX se mostraram sobreavaliados. Primeiro, Tubarão Azul, que era o principal deles, deixará de produzir em 2014 e será devolvido ao estado, devido à sua baixa capacidade de exploração. No final de setembro, o campo de Tubarão Martelo também desapontou: sua capacidade, atualmente, é de um terço da estimativa inicial.
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Uma das fontes ouvidas pela Reuters disse na segunda-feira que a OGX planeja excluir do pedido de recuperação judicial sua unidade de gás natural OGX Maranhão, que estruturou um acordo com a E-ON, controladora da Eneva, ex-MPX Energia, para os bancos credores poderem vender a ela as ações que detêm da petroleira de Eike. O acordo prevê que, em caso de inadimplência da OGX Holding, a Eneva terá a opção de comprar, por 200 milhões de reais, 66,7% das ações emitidas pela OGX-M.
Se confirmado, o processo de recuperação judicial da OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters. O pedido não seria só um indicativo do tamanho da queda de Eike, mas também forneceria um duro teste à lei de recuperação judicial do Brasil, aprovada há oito anos, sobre se ela oferece a proteção adequada aos credores. As ações da OGX terminaram a segunda-feira estáveis na Bovespa, cotadas a 0,29 real.
(Com agência Reuters)