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OCDE melhora a projeção do PIB do Brasil para 1,9%

Entidade afirma que o consumo das famílias deve impulsionar atividade; estimativa de crescimento brasileiro é menor que a global, de 3,2% para o ano

Por Larissa Quintino Atualizado em 8 Maio 2024, 14h05 - Publicado em 2 Maio 2024, 09h08
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  • A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), considerada o ‘clube dos países ricos’, melhorou sua projeção para o crescimento da economia do Brasil neste ano.

    De acordo com relatório publicado nesta quinta-feira, 2, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 1,9% em 2024, a estimativa é 0,1 ponto acima da feita pela organização em dezembro, de 1,8%. Para 2025, também houve uma revisão de 0,1 ponto para cima: de 2% para 2,1%. Em relação ao crescimento global, o Brasil deve ter um desempenho abaixo da média. A organização estima um crescimento de 3,2% da economia global, também 0,1 ponto acima do projetado em dezembro.

    A estimativa da OCDE para a economia brasileira vem em linha com a de outros órgãos internacionais e do mercado local, de que o desempenho do PIB será menor em relação ao ano passado, em que o crescimento foi de 2,9%.  A entidade, porém, tem uma visão menos otimista que o governo, que estima avanço de 2,2%, o mesmo visto pelo FMI.

    “Impulsionados pelo crescimento robusto do emprego, os aumentos do salário mínimo e a diminuição da inflação, espera-se que os gastos das famílias sejam o principal motor do crescimento, especialmente em 2024”, diz a OCDE sobre o Brasil em seu relatório. A OCDE pontua, entretanto, sobre os riscos geopolíticos e seus efeitos na economia brasileira. O crescimento mais lento na China, o maior parceiro comercial do Brasil, pode ter efeito na demanda externa.

    Outro risco citado pela organização são os desequilíbrios fiscais. “A chave para restaurar a confiança nas finanças públicas está no cumprimento da meta do resultado primário e na implementação do novo arcabouço fiscal”, afirma a organização. “Uma reforma mais ampla da política fiscal ajudaria a criar espaço fiscal e a melhorar a sustentabilidade da dívida”, acrescenta, mencionando benefícios com ajustes do lado das despesas e não apenas na maior captação.

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    De acordo com a OCDE, as incertezas quanto a recentes medidas fiscais e ainda pressões nas despesas de saúde e educação podem lançar dúvidas quanto à capacidade de o governo de entregar a meta de déficit primário zero prometida para este ano. Há a projeção de aumento de endividamento porque, no ritmo atual, o orçamento primário não é capaz de estabilizar o nível da dívida nos atuais 75% do PIB.

    Oportunidades

    A OCDE pontuou a reforma tributária como uma das conquistas importantes do Brasil para o aumento do crescimento potencial. “A reforma do imposto sobre o valor agregado recentemente aprovada tem potencial para impulsionar a produtividade das empresas e o crescimento potencia”.

    Políticas com foco ambiental, como o estabelecimento planejado de um mercado nacional, é destacada como fundamental para a redução do desmatamento, inclusive no Cerrado, que abriga 45% da agricultura e pecuária brasileira.

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