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O que querem os caminhoneiros que pararam as rodovias do país

Fim do pedágio para eixo suspenso e frete mínimo são outras reivindicações; sem liderança única, movimento mostra desentendimento sobre duração da greve

Por Ricardo Rossetto
Atualizado em 28 Maio 2018, 11h34 - Publicado em 24 Maio 2018, 21h13
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  • A redução de 10% do preço do diesel durante 15 dias anunciada pela Petrobras, e a extinção das alíquotas do PIS/Cofins nos combustíveis não serão suficientes para que os caminhoneiros encerrem a greve que paralisa a produção industrial e o abastecimento de inúmeros produtos e insumos em todo o país há cinco dias.

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    Na tarde desta quinta-feira, 24, dirigentes sindicais de São Paulo e Rio de Janeiro disseram a VEJA que a pauta de reivindicação da categoria é mais ampla e inclui, além de uma política permanente de controle do preço do diesel, o fim da cobrança de pedágio para eixos suspensos e a aprovação do projeto de lei 528/2015, que define um valor mínimo para ser pago por cada frete, dando mais garantias de lucros aos motoristas.

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    As declarações dos sindicalistas estaduais mostram que a mobilização dos caminhoneiros não possui uma liderança única, e que se desentende quanto às pautas consideradas “prioridades absolutas” nas negociações com o governo.

    Na manhã desta quinta-feira, 23, a Associação Brasileira de Caminhões (Abcam) tinha anunciado que “levantaria a greve” assim que o governo publicasse no Diário Oficial da União a decisão de zerar a alíquota do PIS/Cofins e Cide para o diesel.

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    Mas o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio de Janeiro, Nélio Botelho, afirmou que nenhum caminhão desbloquearia as rodovias caso a Abcam pedisse o fim da greve sem ter negociado todos os itens da pauta.

    “Se eles [outros representantes da categoria] fizerem um acordo sem contemplar toda a nossa pauta, vamos entrar em cima e dizer não”, garante o sindicalista. Em todo o Estado do Rio, cerca de 40 mil caminhões estão encostados, diz Botelho.

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    A greve dos caminhoneiros começou a ser convocada através de mensagens por Whatsapp entre sindicalistas do interior do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Os dirigentes sindicais de Ourinhos e Volta Redonda dizem que acompanhavam há alguns meses a alta no preço dos combustíveis e perceberam que a situação começava a ficar “extremamente preocupante” para a categoria, e começou a percorrer as cidades da região para mobilizar os motoristas a pararem.

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    O chamado, que inicialmente mirava os caminhoneiros autônomos, logo atingiu também os profissionais das transportadoras, que trabalham com carteira assinada. O movimento engrossou e chegou a todos os cantos do país, com a adesão de sindicatos do Centro-Oeste e Norte. Em seguida, aderiram a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), entidade máxima de representação do setor de transporte e logística do país, e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que congrega a maior parte dos sindicatos de caminhoneiros motoristas autônomos.

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    “Só depois que o circo já estava armado, que sindicatos de caminhoneiros de outros Estados, como Goiás, Ceará, Manaus aderiram ao nosso chamado, é que a Abcam resolveu entrar na greve e fazer um comunicado ‘oficial'”, afirma Ariovaldo Almeida Jr., diretor do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ourinhos, no interior paulista.

    Ariovaldo diz que, apesar de o sindicato ter uma base territorial, atende a demanda de todos os motoristas que precisam de ajuda, em vários Estados diferentes. Segundo ele, cerca de 20 mil caminhoneiros estão parados no Estado de São Paulo, e estão fechados na defesa “intransigente de toda a pauta de reinvidicações”.

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    “A Abcam não nos representa. E ressaltamos que não haverá trégua na paralisação enquanto não forem atendidas todas as nossas demandas”, o líder sindical de Ourinhos.

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