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O que está por trás do banimento da Binance do Reino Unido

Maior corretora de criptomoedas do mundo não está autorizada a operar no país; anonimato dos usuários incomoda as autoridades

Por Luisa Purchio Atualizado em 28 jun 2021, 15h54 - Publicado em 28 jun 2021, 09h15
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  • Em uma das decisões mais rígidas do mundo contra as criptomoedas, a Financial Conduct Authority (FCA), órgão que regulamenta o sistema financeiro no Reino Unido, baniu a Binance de atuar em atividades reguladas no país. Esta é a maior corretora de criptomoedas do mundo em termos de volume de negociação e o motivo pelo qual foi proibida de atuar no Reino Unido é a falta de autorizações exigidas pela autoridade financeira. “Devido à imposição de requisitos pela FCA, a Binance não tem permissão para realizar quaisquer atividades regulamentadas sem o consentimento prévio por escrito da instituição”, disse o órgão em nota.

    De acordo com fontes ouvidas pelo Financial Times, a corretora se inscreveu no FCA para regularizar as atividades no país, mas no mês passado voltou atrás e retirou o pedido. Tais informações são exigidas pelo órgão para evitar práticas ilícitas com os criptoativos. A corretora terá de exibir em seu site até a próxima quarta-feira, 30, a mensagem “Binance Markets não está permitida a realizar qualquer atividade regulada no Reino Unido”, além de estar proibida de veicular publicidade. Além disso, o órgão exigiu que a Binance preserve os dados dos clientes no Reino Unido. Isso não significa, no entanto, que os cidadãos ingleses não possam operar com a criptomoeda em outras jurisdições.

    O Reino Unido não é a primeira nação a banir a corretora. Desde 2019, a empresa não tem autorização para transacionar criptomoedas aos residentes nos Estados Unidos e o Departamento de Justiça e Receita Federal dos Estados Unidos solicita à corretora que contribua com o combate de transações ilícitas. Na semana passada, a Agência de Serviços Financeiros do Japão (FSA) alertou que a corretora estava operando no país sem os devidos registros.

    De acordo com corretoras ouvidas pela VEJA, as corretoras de criptomoedas que atuam no Brasil são semanalmente contatadas pela Justiça para enviar informações sobre os clientes e neste mês uma delas foi inclusive contatada pela Interpol. Como mostra reportagem publicada na revista VEJA desta semana, a popularização das criptomoedas como o bitcoin estão facilitando operações ilegais como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Apesar de a tecnologia blockchain permitir o rastreamento preciso das transações, os crimes são facilitados pelo anonimato dos atores na rede. Além disso, a falta de uma autoridade reguladora propicia manipulação da cotação dos ativos.

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