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O impacto da quebra de bancos americanos no câmbio

Moeda americana fechou em alta com a falência bancária; efeito pode gerar cautela nos juros e ter um papel fundamental na queda da moeda

Por Luana Zanobia Atualizado em 15 mar 2023, 10h34 - Publicado em 13 mar 2023, 17h21
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  • O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, 13, devido à preocupação com a atuação dos agentes econômicos americanos em relação à crise financeira do Silicon Valley Bank (SVB), o maior órgão financeiro a falir desde 2008. A moeda americana fechou em alta de 0,56%, cotada a 5,24 reais.

    Embora a moeda tenha fechado a semana passada em alta de 0,15%, ainda acumula perdas de 0,33% em março e de 1,33% no ano.  Segundo Elcio Cardozo, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital, apesar de o dólar estar em alta, este movimento pode ser fundamental para uma queda do dólar nas próximas semanas, caso o Federal Reserve adote um comportamento mais brando na alta de juros. Caso isso realmente se confirme, os prêmios dos treasuries americanos caem e existe uma possibilidade de fluxo para mercados emergentes, como o Brasil. “Esse fluxo de capital estrangeiro para nossa bolsa abre espaço para a queda do dólar”, diz Marcus Vinicius Leoncio, economista e chefe da mesa internacional da Nomos.

    De acordo com o monitoramento do CME Group, 90% das apostas são de que os juros nos EUA fecharão 2023 abaixo do patamar atual, entre 4,50% e 4,75% ao ano. Essa expectativa também é refletida no mercado brasileiro, com os contratos de de juros futuros operando em queda, principalmente nos vencimentos mais longos. O afrouxamento da política monetária nos Estados Unidos, no entanto, pode abrir uma breve vantagem do real sobre o dólar, pois o cenário pode levar o Banco Central brasileiro a repensar os juros. “Essa movimentação do mercado se deve em parte à notícia do colapso do SVB e do Signature Bank, que sugere que o Banco Central brasileiro poderá cortar as taxas de juros antes do previsto para evitar uma situação semelhante. Isso preocupa os investidores estrangeiros, que já estavam retirando seu capital de mercados emergentes, como o Brasil”, avalia Leoncio, da Nomos.

    O chefe de câmbio da B&T, Diego Costa, comenta que o câmbio apresentou oscilações devido ao colapso bancário e da espera pela nova regra fiscal no Brasil. “Durante a semana, há dados importantes a serem divulgados que podem impactar as expectativas de juros nos EUA, incluindo informações sobre inflação e pedidos de auxílio desemprego”, diz.  O país ainda apresenta fortes dados na geração de emprego, o que pode dificultar a tarefa do Fed em contornar a situação inflacionária sem gerar maiores prejuízos ao sistema financeiro.

    O aumento das taxas de juros do Federal Reserve é apontado como uma das razões para a insolvência do Silicon Valley Bank, levando o governo americano a tomar medidas para evitar uma crise bancária maior e acalmar os mercados globais. Essa ação do governo americano pode levar a uma expectativa de um aperto monetário menor do que o previsto, o que pode abrir espaço para uma redução na taxa básica de juros no Brasil.

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