O presidente Michel Temer (PMDB) rebateu nesta segunda-feira (20) críticas de que a agenda de reformas do governo federal estaria retirando direitos dos trabalhadores. “Não roubamos direitos. Quem tem direito adquirido, adquirido está”, disse Temer ao abordar a proposta de reforma da Previdência durante discurso feito no lançamento de medidas de apoio ao agronegócio na zona sul de São Paulo.
Em sua fala, Temer defendeu a “higidez orçamentária”, lembrando que a sustentação de programas assistenciais, como o Bolsa-Família – bem como do financiamento estudantil – depende de dinheiro público.
Da mesma forma, repetiu que, sem a reforma previdenciária, o governo não terá condições de pagar aposentadorias no futuro. Nesse ponto, advertiu que ou se faz agora a reforma na Previdência, ou o aposentado que “bater na porta” do governo daqui a dez anos não terá o que receber.
Ao lembrar que o tema foi “longamente” discutido no passado, Temer também respondeu a críticas de que a reforma do ensino médio, feita por medida provisória, não teria sido adequadamente debatida com a sociedade. “A palavra que pauta nosso governo é a palavra diálogo”, afirmou o presidente.
Em defesa da fixação de um limite às despesas primárias da União, Temer afirmou também que o rombo previsto no orçamento deste ano, próximo de 140 bilhões de reais, é preocupante e precisa ser combatido. “Seria extremamente confortável gastar tudo e dizer, desculpe o termo, que se virem os outros. Mas nossa conduta foi de não gastar mais do que se arrecada”, disse. “Um déficit de R$ 140 bi não é normal. Ressalto isso porque passamos achar que bilhões é normal.”
Reforma tributária
Temer disse preferir falar em simplificação tributária, em vez de “reforma tributária”, mas não adiantou prazos das medidas que o governo pretende encaminhar nessa área.
O presidente frisou que “se houver tempo” dará apoio à reforma política, que chamou de “reformulação política”, classificada por ele como “fundamental”. Embora tenha ponderado que as mudanças nesse campo são de atribuição do Congresso, Temer argumentou que o Planalto poderá dar “uma mão” na aprovação dessa reforma.
“Se fizermos todas essas reformas, eu me darei por satisfeito”, afirmou o presidente, que, mais uma vez, disse que seu governo é reformista.
(Com Estadão Conteúdo)