Quase oito em cada dez mulheres brasileiras (78%) que trabalham no campo dizem haver discriminação de gênero no agronegócio. Com esse resultado, a percepção de discriminação no Brasil é maior do que a média mundial (66%) encontrada por estudo realizado em 17 países a pedido da Corteva Agriscience, divisão agrícola da DowDuPont.
Os dados do trabalho foram divulgados hoje, quando se comemora o Dia Internacional das Mulheres Rurais, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ressaltar a importância feminina na agricultura e identificar as barreiras que impedem o crescimento delas no agronegócio.
Apenas a metade das entrevistadas se considera tão bem-sucedida quanto os homens e só 42% dizem ter as mesmas oportunidades que os colegas do sexo masculino. Só 38% afirmam poder tomar decisões sobre como a renda é usada na agricultura e no cultivo.
De acordo com o estudo, 50% das brasileiras no campo dizem ganhar menos que os homens. O resultado também é maior que os 40% da média global. Das entrevistadas, 44% dizem acreditar que o país levará de uma a três décadas para alcançar equidade entre os gêneros.
Mesmo com tantos dados desfavoráveis, 63% das brasileiras disseram que atualmente existe menos discriminação do que há 10 anos. Sobre o trabalho, 90% das brasileiras têm muito orgulho de trabalhar no campo ou na indústria agrícola.
“Elas nitidamente têm orgulho do que fazem, mas isso não necessariamente se traduz em felicidade ou satisfação. Em nosso país, a maior parte indicou que a desigualdade de gênero ainda é um problema, sendo que a metade delas afirma que tem salários menores do que os homens que exercem funções semelhantes”, aponta Ana Claudia Cerasoli, diretora de marketing da Corteva AgriscienceTM na América Latina.
A pesquisa ouviu 4.157 produtoras rurais que vivem realidades distintas em cinco continentes diferentes, sendo 433 delas brasileiras.