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Mulheres chegam a postos de liderança, mas são minoria nas corporações

Desigualdade salarial entre homens e mulheres entrou na pauta da eleição deste ano: elas ganham 76,52% do rendimento masculino

Por Fabiana Futema 13 out 2018, 15h09

As mulheres ainda são minoria em cargos de liderança das grandes empresas. Elas ocupam apenas 16% dos postos de alta direção, segundo pesquisa da Page Executive, especializada em recrutamento e seleção de executivos. Mas essa realidade vem pouco a pouco mudando dentro das corporações.

Três brasileiras foram promovidas a altos cargos de liderança da AB Inbev e Ambev neste ano. Elas devem assumir as novas posições a partir de janeiro de 2019. As executivas já ocupam postos de comando, mas conseguiram subir novos degraus dentro da estrutura global da empresa do ramo cervejeiro, que até pouco tempo atrás era mais associada ao universo masculino.

Patricia Capel, por exemplo, é vice-presidente da área de gente da Ambev. A partir de janeiro, ele se torna CEO da AB Inbev para o Chile, Bolívia e Paraguai.

Ela diz que que a questão da diversidade e inclusão são temas cada vez mais importantes para a empresa. “Estamos promovendo uma diversidade da forma de pensar. Não acreditamos em cotas, mas em dar suporte e condição para que as pessoas consigam chegar lá.”

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Segundo Patrícia, não há desigualdade salarial de gênero dentro da companhia. Funcionários que exercem a mesma função ganham o mesmo valor, independentemente de gênero. “Temos uma política salarial muito transparente, não existem diferenças.”

A executiva admite, entretanto, que as mulheres enfrentam desafios maiores para conseguir chegar ao topo da carreira. “Quando a gente abre programas de atração, como trainee e estágio, a participação é bem igual. Mas por decisões pessoais como as relacionadas ao retorno da licença-maternidade, muitas não avançam.”

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É nesse ponto, segundo ela, que as corporações podem ajudar suas funcionárias, com programas de mentoria ou de reintegração na volta da licença-maternidade. “Queremos facilitar esse momento e por isso estamos tentando entender melhor para melhorar”, afirma Patrícia.

Leticia Kina, assumirá a vice-presidência jurídica da Ambev (Tulio Vidal/Divulgação)

Leticia Kina, que assumirá a vice-presidência jurídica da Ambev em janeiro, passou pelo programa de mentoria da empresa. Mãe de dois filhos, ela diz que conseguiu exercer a maternidade sem abrir mão da carreira.

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“Minha estratégia sempre foi não abrir mão do que considerava importante. Eu queria amamentar e consegui fazer isso até que tivessem 11 meses. De algumas coisas menos importantes, tive que abrir mão de algumas”, conta ela.

A executiva afirma que nunca se sentiu discriminada dentro da Ambev. Mas que já passou por algumas saias-justa em reuniões de negócios no exterior. Numa delas, estava acompanhada de um assistente mais velho. Logicamente que os anfitriões pensaram que ela é que era a assistente. “Em alguns lugares, o mundo de negociação ainda é bem masculino. Quanto mais a gente sobe, mais sujeita ficamos a esse tipo de situação. Mas isso está mudando muito e rapidamente.”

Hoje, 30% dos cargos de liderança, como gerentes, supervisoras, coordenadoras e especialistas, da Ambev são ocupados por mulheres. O porcentual de mulheres na alta liderança – gerentes corporativas, diretoras e vice-presidentes – passou de 7% para 16% entre 2015 e 2018. No quadro geral da companhia, a presença de mulheres saltou de 27% para 30% neste período.

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De acordo com a pesquisa da Page Executive, entre os motivos que mais atrai as mulheres em propostas de emprego está a flexibilidade de horário. A questão salarial é o principal motivo de atração para uma em cada cinco candidatas. Entre os aspectos que podem afastar a profissional da proposta estão as viagens a trabalho – se as viagens ultrapassarem mais de 40% da jornada, metade prefere pensar a respeito da oferta.

Desemprego e desigualdade salarial

A discussão sobre desigualdade salarial entre homens e mulheres ganhou novos contornos na campanha eleitoral deste ano. Em entrevista em 2016 para Luciana Gimenez, o então deputado Jair Bolsonaro (PSL) disse que não empregaria homens e mulheres com o mesmo salário. A justificativa era que as mulheres engravidam e ficam afastadas do trabalho durante a licença-maternidade.

Em debate na RedeTV! neste ano, entretanto, o já presidenciável Bolsonaro negou que tivesse defendido salários desiguais. Ele então afirmou que o direito da mulher estava garantido na Constituição.

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Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, mostra que o desemprego é maior entre as mulheres do que para os homens. Elas também ganham 76,52% do rendimento masculino. No segundo trimestre de 2018, o rendimento médio das mulheres era de 1.812 reais, enquanto o dos homens era de 2.368 reais. A taxa de desemprego feminina é de 14,2%, contra 11% dos homens.

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