A Comissão de Proteção de Dados Pessoais do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) vai investigar a empresa In Loco Tecnologia da Informação, que criou um sistema capaz de rastrear 60 milhões de celulares no Brasil. A tecnologia de geolocalização consegue ser até trinta vezes mais exata que o GPS.
O sistema rastreia os usuários em ambientes abertos e fechados, como escritórios. Basta que a pessoa faça o download de um dos 500 aplicativos parceiros — com isso, é cedida a permissão para o rastreamento de suas atividades em tempo integral.
Segundo o MPDFT, fazem parte dessa rede aplicativos como PSafe e Turma da Galinha Pintadinha. Juntos, os 60 milhões de celulares no Brasil geram 250 bilhões de novos pontos de localização por mês.
O órgão encaminhou dezoito perguntas para a In Loco Tecnologia para entender como funciona a tecnologia e se os dados obtidos são comercializados. Agora, a startup tem dez dias para responder aos questionamentos.
Procurada, a empresa disse que tomou conhecimento do inquérito pela imprensa. “É uma notícia que chega quatro dias antes do prazo concedido pelo próprio Ministério Público”, informou. “Reiteramos desde já que temos o compromisso integral com a absoluta legalidade de nossas operações e com a privacidade do usuário.”
De acordo com a In Loco Tecnologia, a empresa não tem acesso aos dados de identificação pessoal. “Nossos produtos estão em acordo com a legislação brasileira e com o Marco Civil da Internet.”