O número de vagas de emprego formal recuou 462.366 em dezembro de 2016, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desemprego (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira. Mesmo no vermelho, o balanço é melhor que o de dezembro dos dois últimos anos.
“Dezembro sempre tem queda, porque as contratações para o Natal são dispensadas. Mas esse mês, no ano passado, foi o ‘menos pior’ desde 2013, o que, dada a crise atual, é um alento”, diz ao site de VEJA o diretor de macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), José Ronaldo Souza Júnior. Em 2015, a queda em dezembro foi de 596.208, e no mesmo mês de 2014 houve 555.508 vagas a menos.
2016
No ano, o número de empregos formais no Brasil recuou 1.321.994, segundo o Caged. O resultado é a diferença entre 16.060.640 demissões e 14.738.646 admissões no período, na série com ajustes sazonais. Este é o segundo ano seguido de queda nas vagas formais, mas o saldo negativo é menor que o registrado em 2015, quando foram registradas 1.534.989 demissões a mais do que contratações.
Setores
Em relação aos dois setores que contrataram mais do que demitiram no ano, a indústria de calçados e serviços médicos e odontológicos, o bom resultado pode ser explicado pelo histórico. “O setor teve perda desde 2011. O resultado do ano passado (criação de 4.417 vagas) é uma mudança marcante e importante, de recuperação bastante intensa”, avalia Souza Júnior. Em novembro, o setor calçadista já demonstrava sinais de melhora.
Sobre os serviços médicos e odontológicos, a hipótese de Souza Junior é a de que a maior demanda por parte da população cada vez mais velha, as mudanças causadas pelo aumento da tecnologia e especialização no setor e o déficit desses serviços no país explicam a alta. “Apesar de menor que a do ano passado (criação de 39.759 vagas contra 50.687), o setor vem tendo resultados positivos desde 2002”, diz.