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Mercado de luxo: Relógios suíços Tissot e Mido estão de volta ao Brasil

O FiveHands Group, responsável por essa reintrodução, está investindo R$ 15 milhões no retorno dos relógios de luxo no país, após a solução de impasse jurídico

Por Camila Pati 25 out 2024, 11h28
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  • Após cinco anos fora do mercado brasileiro, as centenárias marcas suíças de relógios Tissot e Mido estão de volta ao Brasil. O FiveHands Group, responsável por essa reintrodução, está investindo R$ 15 milhões para reposicionar os relógios de luxo no país.

    O retorno das marcas, ambas pertencentes ao grupo suíço Swatch, começou há meses e segue uma estratégia de distribuição seletiva para preservar a exclusividade dos produtos nos pontos de venda. “Não temos uma estratégia de pulverização ampla. A ideia é trabalhar com os melhores parceiros de cada estado, e conseguimos atingir esse objetivo”, afirma Pedro Cagnoni, presidente do FiveHands Group. O executivo comemora o fato de as marcas estarem nas lojas a tempo para as vendas de Natal. “Está tudo em loja, e estamos muito satisfeitos, pois conseguimos aproveitar o último trimestre do ano e a temporada de Natal”, diz Cagnoni.

    Pedro Cagnoni, presidente do grupo FiveHands
    Pedro Cagnoni, presidente do grupo FiveHands: executivo foi diretor da Swatch no Brasil (Five Hands Group/Divulgação)

    Nos próximos cinco anos, o grupo projeta atingir 200 pontos de venda, absorvendo a demanda reprimida enquanto as marcas estiveram fora do mercado brasileiro. “O consumidor é fiel. Muitos usam um relógio Tissot ou Mido porque o avô usava. O mercado aqui é muito emocional”, comenta o executivo, que já foi diretor da Tissot na subsidiária da Swatch no Brasil até o fechamento da unidade em 2016. “Quando a subsidiária fechou, viabilizamos a operação por meio de uma importadora”, explica Cagnoni. Entretanto, desafios logísticos levaram a um impasse jurídico em 2019, resolvido apenas em dezembro do ano passado. “Agora, as importações estão 100% com o FiveHands Group”, completa.

    Apesar das dificuldades para produtos importados — incluindo a volatilidade cambial e os desafios logísticos em um país de grandes dimensões — há espaço para crescimento. Antes de deixar o mercado brasileiro, as marcas vendiam cerca de 25 mil unidades por ano, e a expectativa é de superar facilmente esse volume. A Tissot ocupa o terceiro lugar em faturamento dentro da Swatch, atrás apenas de Omega e Longines, enquanto a Mido é a décima entre as 22 marcas do grupo.

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    “São marcas admiradas no Brasil e bem cuidadas ao longo dos anos”, observa Cagnoni. Mesmo sem vendas de novas unidades nesse período, o atendimento de pós-venda foi mantido, reforçando a confiança no rápido reaquecimento do mercado.

    A estratégia de distribuição, aliada ao conhecimento de ex-funcionários de multinacionais, traz vantagem competitiva à Tissot e Mido, permitindo preços mais equilibrados. Em vez de buscar lucro imediato com aumentos de preço, o grupo mantém uma margem de 30% acima do mercado internacional, conciliando preço e valor para os clientes brasileiros.

    A meta de Cagnoni é expandir o portfólio de importação e distribuição, transformando o FiveHands Group em uma subsidiária da Swatch no Brasil, ainda que sem vínculo direto. “Brincamos que ‘comemos sal juntos’ por cinco anos. Após toda essa jornada, é natural que eles queiram apoiar essa evolução”.

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