A Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) encerrou na última terça-feira a ação contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, decorrente da Operação Zelotes.
Em maio do ano passado, Trabuco foi denunciado pela Polícia Federal pelo suposto envolvimento em fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para beneficiar o banco.
No julgamento, ao analisar pedido de arquivamento feito pela defesa, os desembargadores entenderam que não existem provas da participação de Trabuco que justifiquem o prosseguimento da ação penal.
As ações do Bradesco e da Bradespar (companhia de investimentos com participação do banco) tiveram as maiores altas no pregão de hoje. Os papéis subiram 3,87% (ação preferencial) e 5,39%, respectivamente. O Ibovespa encerrou o dia com alta de 0,15%, a 61.922 pontos.
A Operação Zelotes investiga a manipulação de processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – órgão colegiado do Ministério da Fazenda, última instância administrativa dos processos fiscais. É a ele que os contribuintes recorrem para contestar multas. De acordo com as investigações, empresas de advocacia e consultorias influenciavam e corrompiam integrantes do Carf. Dessa forma, manipularam trâmite e resultado de processos e julgamentos envolvendo empresas interessadas em anular ou diminuir os valores dos autos de infrações emitidos pela Receita Federal.
Trabuco havia sido tornado réu na Justiça em junho do ano passado. A operação foi deflagrada em 2015, provocou a abertura de duas CPIs no Congresso Nacional e motivou uma reformulação institucional no Carf.
Na época, o Bradesco negou qualquer irregularidade na conduta do executivo. “O Bradesco reitera sua convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus representantes e, em respeito ao rito processual, apresentará oportunamente seus argumentos ao Poder Judiciário”, afirmou o banco.