A inflação oficial – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – subiu 0,40% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi pressionada pelo aumento de preços de transportes e energia.
O resultado mostra que o indicador ficou 0,18% maior que o registrado em abril (0,22%). No acumulado do ano, a alta foi de 1,33%, o menor nível para um mês de maio desde a implantação do Plano Real, em 1994. Nos últimos doze meses, o IPCA acumula alta de 2,86%.
A taxa segue abaixo do piso da meta do governo – que é de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto porcentual para baixo (3%) ou para cima (6%). A expectativa do mercado era de uma inflação menor para o mês de maio, de 0,36% (MB Associados).
“No fim do mês, a greve dos caminhoneiros acelerou a inflação. O combustível e a alimentação tiveram uma pressão inédita, o peso destes grupos no IPCA é de mais de 30%”, afirmou o economista-chefe do MB Associados, Sérgio Vale.
De acordo com ele, a paralisação ainda pode refletir-se na inflação do mês de junho. “Pode ter pressão, mas depois volta à normalidade”.
A aceleração de maio se deve principalmente ao grupo habitação (0,83%), com destaque para a energia elétrica (3,53%) e gás encanado (0,91%). A alta na conta de luz reflete a mudança da bandeira tarifária para amarela, adicionando cobrança de 0,01 reais a cada kilowatt/hora consumido. O reajuste de 1,87% nas tarifas no Rio de Janeiro (1,70%) desde 1º de maio contribuiu para o preço do gás.
O grupo de transportes registrou alta de 0,40%. A alta da gasolina (3,34%) e do óleo diesel (6,16%) influenciaram o resultado.
Em maio, também pesou o aumento de 0,32% no grupo alimentação e bebidas, influenciado pela alta da cebola (de 19,55% em abril para 32,36% em maio), da batata-inglesa (de -4,31% em abril para 17,51% em maio), das hortaliças (de 6,46% em abril para 4,15% em maio) e do leite longa vida (de 4,94% em abril para 2,65% em maio).
O açúcar cristal (-3,32%), o café moído (-2,28%), as frutas (-2,08%) e as carnes (-0,38%) ficaram mais baratos para o consumidor.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o de artigos de residência apresentou deflação em maio, com variação de -0,06%. Esse resultado foi motivado pelo item TV, som e informática, com queda de 1,55%.