Indicado pelo governo Bolsonaro para a presidência do conselho de administração da Petrobras, o geólogo John Forman já foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por usar informações privilegiadas na venda de ações da companhia petroleira HRT, atualmente PetroRio.
Forman foi um dos indicados do governo para assumir uma cadeira no colegiado. Além dele, o economista João Cox e o almirante da Marinha Eduardo Bacellar Leal Ferreira também devem ir para o conselho da companhia. Eles substituirão três conselheiros que pediram desligamento do conselho no início deste ano.
Forman foi conselheiro da HRT entre 2009 e 2012. Em setembro de 2016, foi condenado pela CVM a pagar multa de 338,50 mil reais por uso de informações privilegiadas na venda de ações da companhia antes da divulgação de notícias negativas em 2013. O valor da punição equivale a duas vezes o ganho com a venda das ações.
Segundo a CVM, a venda de ações foi feita antes da divulgação de fato relevante com resultados negativos de um poço na Namíbia. “Somente a ciência dos resultados preliminares do poço de Murombe-1 poderia justificar a alteração repentina no comportamento de John Forman, que atuou na direção contrária daquela que vinha atuando, admitindo vender ações por preço inferior ao praticado naquele momento no mercado”, disse a CVM em comunicado na época da condenação.
Além de Forman, a CVM também condenou Antônio Carlos de Agostini, ex-administrador da HRT, por uso de informação privilegiada. Ele foi condenado a pagar 456,50 mil reais.
As defesas recorreram ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, mas não obtiveram sucesso. Diante disso, apelaram à Justiça comum e o montante não foi pago. Eles negam que tenham usado informações privilegiadas na venda de ações da HRT e dizem que a condenação pela CVM foi feita sem provas suficientes.
As indicações de Forman e dos outros indicados pelo governo Bolsonaro ainda serão avaliadas pelos órgãos de controle da Petrobras antes de apreciação pelo conselho de administração da empresa.
Por ser controlador da Petrobras, o governo tem direito a indicar oito dos onze acionistas da companhia. As outras três cadeiras são destinadas a representantes de minoritários e empregados da companhia.