O pacote de medidas de corte de gastos obrigatórios será anunciado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar as propostas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Caso as conversas ocorram até o início da tarde de quinta-feira, 7, as ações podem ser anunciadas no mesmo dia, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desta quarta-feira, 6.
Segundo o ministro, faltam apenas dois detalhes jurídicos para fechar o pacote, antes de o presidente tomar a decisão definitiva sobre as medidas. Haddad e Lula vão se reunir às 9h30 desta quinta no Planalto.
“Eu creio que a reunião de amanhã é uma reunião que, pelo nível de decisão que vai ter que ser tomada por ele (presidente Lula), são coisas realmente muito singelas para decidir”, disse o ministro. Haddad ressaltou que a equipe econômica e Lula reuniram-se com todos os ministérios envolvidos nas medidas: Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação.
Sem adiantar medidas, Haddad afirmou que o pacote será composto de uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar. O ministro admitiu que alguns pontos foram retirados porque gerariam economia pequena sobre o Orçamento. “Não adianta levantar uma proposta com uma bandeira polêmica que tenha baixo impacto fiscal”, declarou ao sair do Ministério da Fazenda.
Lula cobra Congresso
Em declarações dadas durante conversa nesta quarta-feira com os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF), que será exibida na íntegra no domingo pela RedeTV!, o presidente falou sobre o corte de gastos. Lula criticou a “gana especulativa do mercado” e disse que os mais pobres não podem ser os mais afetados pelos ajustes. “Nós não podemos mais jogar, toda a vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas.”
Lula também cobrou participação do Legislativo no esforço fiscal. “Eu quero saber o seguinte, se eu fizer um corte de gastos, para diminuir a capacidade de investimento do Orçamento, a pergunta que eu faço é: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir com o ajuste fiscal? Porque não é só tirar do Orçamento do governo.”
(Com Agência Brasil)