Na semana passada, o Productboard, empresa de software de gestão de produtos, recebeu um investimento de 125 milhões de dólares e se tornou o milésimo unicórnio do mundo, termo que se refere a empresas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares. Juntas, essas companhias valem quase 3,3 trilhões de dólares. Mesmo em um cenário de aumento de juros, no qual os investimentos conservadores se tornam mais atrativos, os unicórnios crescem em alta velocidade. De acordo com a plataforma de dados CB Insights, em 2022, mais de um unicórnio surge por dia.
O fenômeno se explica pela alta quantidade de capital em busca de um investimento de alto retorno. O maior boom ocorreu em 2021, quando 621 bilhões de dólares foram aportados em startups, mais que o dobro do ano anterior e superior ao valor levantado por IPOs nas bolsas. Vale lembrar, porém, que no ano passado as taxas de juros próximas a zero contribuíram com a busca por investimentos de risco que trouxessem retornos mais interessantes. Além disso, a pandemia da Covid-19 impulsionou os negócios ligados à tecnologia, que facilitam a vida sob isolamento social.
De acordo com a plataforma de inovação Distrito, o Brasil possui 21 unicórnios, sendo que quase metade deles se tornaram um deles no ano passado. Entre eles, está o C6 Bank, o Cloudwalk, a MadeiraMadeira, o Mercado Bitcoin, a Unico, a Hotmart, a Frete.com, Olist, Merama e Facily. Além delas, há os chamados “IPOgrifos”, empresas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares mas que já realizaram IPO. Entre elas estão a Pagseguro, a Arco Educação, a Stone, a Méliuz e, claro, o Nubank.