A tributação incidente sobre a folha de pagamentos das empresas brasileiras é “uma arma de destruição em massa” de empregos no Brasil, disse nessa sexta-feira, 6, o Ministro da Economia, Paulo Guedes. “Um país que tem encargos trabalhistas como imposto sobre folha de pagamento e duplica o custo da mão de obra não quer gerar emprego“, disse, em discurso na abertura de fórum do BNDES.
A equipe econômica já indicou que a desoneração da folha deve ser a última etapa do processo de reforma tributária, que deve ser encaminhada ao Congresso em fases. A ideia original era que essa perda de receita fosse compensada com a criação de um tributo sobre pagamentos, nos moldes da extinta CPMF, mas essa estratégia foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O ministro aproveitou a oportunidade para dar um panorama sobre a economia. Ao comentar os dados do PIB no terceiro trimestre, quando a economia cresceu 0,6% frente ao período anterior, o ministro disse que a atividade “econômica já começou a reagir”, mas ao longo do discurso afirmou que às vezes é melhor um país crescer em um nível mais baixo de forma contínua do que de forma artificial e irregular.
“Não adianta forçar o crescimento, tem que deixar a democracia moldar o Estado brasileiro”, avaliou ele. “Crescimento sustentado exige investimento em saúde, educação e saneamento.” De acordo com o ministro há “trilhões de dólares lá fora” querendo ingressar no país para projetos de saneamento. Segundo Guedes, a área precisa avançar também para reduzir a mortalidade infantil e aumentar a expectativa de vida ao nascer no país.
(Com Reuters)