Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Governo terá de repensar modelo dos próximos leilões de petróleo

Dispositivos que dão preferência à Petrobras e que garantem à estatal ressarcimento de investimentos geram incertezas e tiram a atratividade do leilão

Por Alessandra Kianek 6 nov 2019, 17h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O leilão de petróleo da cessão onerosa realizado pelo governo federal nesta quarta-feira, 6, frustrou tanto pela arrecadação ter ficado bem abaixo do que o esperado pela União como pela falta de competição, até mesmo nos dois blocos arrematados. O certame arrecadou 70 bilhões de reais, receita bem abaixo do esperado pelo governo de 106,5 bilhões de reais. Além disso, dos quatro campos colocados à venda, apenas dois tiveram ofertas, e mesmo assim foram lances mínimos da Petrobras – no principal bloco, o de Búzios, a proposta vencedora teve 90% de participação da petroleira brasileira e 10% de empresas chinesas.

    A expectativa para a participação das petroleiras estrangeiras era grande. Ao todo, 14 companhias estavam habilitadas – duas delas desistiram às vésperas –, mas só as estatais chinesas CNOOC e CNODC arremataram com pequena participação, de 5% cada uma, em parceria com a Petrobras o bloco de Búzios. Ao não ter competição, os arremates foram pelos percentuais mínimos de partilha. 

    O desenho do leilão é apontado por especialistas de energia como um dos principais motivos pelo resultado. “É preciso repensar alguns dos mecanismos, atributos e dispositivos do leilão para o país alcançar resultados melhores no futuro. Quando a Petrobras exerce preferência, nenhuma outra companhia consegue formar consórcio para competir com ela. Como a brasileira foi com muita sede, principalmente no campo de Búzios – que é uma área enorme, já produtora –, nenhum outro consórcio se formou”, afirma o economista Helder Queiroz, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo e professor do instituto de economia da UFRJ. 

    Outro entrave do leilão, segundo Queiroz, é que, nas áreas que não foram arrematadas pela Petrobras, as empresas vencedoras teriam que renegociar com a própria companhia brasileira o ressarcimento dos custos já incorridos nos investimentos realizados nessas áreas. “Esse é um elemento de incerteza, que retirou a atratividade do leilão”, disse.

    Com 36,5 bilhões de reais a menos do que o esperado, o rateio definido no pacto federativo será menor, frustrando estados e municípios. “Dada a situação fiscal do país, o governo vai precisar encontrar mecanismos para compensar essa receita menor para as contas públicas.”

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.