O governo elevou ligeiramente o crescimento esperado para a economia brasileira em 2019 de 0,81% para 0,85%, segundo consta no boletim Macrofiscal divulgado nesta terça-feira, 10, pela secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. A pasta também revisou a projeção para inflação do ano de 3,8% para 3,6%.
O relatório pontua que um desempenho mais forte da atividade econômica no quarto trimestre deve compensar uma performance mais fraca para o trimestre atual, cuja expectativa do ministério da Economia é de uma expansão de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação aos três meses anteriores. O resultado representaria ma perda de fôlego ante o crescimento de 0,4% exibido no segundo trimestre. Já nos três primeiros meses do ano foi registrada retração de 0,2%.
Segundo o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, projeta-se recuperação da atividade a partir de setembro deste ano, como resposta dos efeitos iniciais do corte da taxa básica de juros, a Selic, de 6,5% para 6% ao ano, em julho; das liberações de recursos do saque imediato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a partir de setembro; e da elevação da confiança. “Em agosto parece que se encerrou ciclo extremamente difícil da economia brasileira, a partir de setembro vamos poder observar com mais consistência uma retomada passo a passo da recuperação da economia”, afirmou ele.
Por outro lado, o secretário ponderou que três cenários seguem inspirando cuidados: baixa produtividade da economia brasileira, um cenário fiscal delicado e uma conjuntura internacional que mostra queda no crescimento de vários países do mundo.
Inflação
Sobre o comportamento da inflação, medida oficialmente pelo Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), a pasta informou que a intensidade da descompressão do preço de alimentos foi responsável por parte da queda da estimativa, de 3,8% para 3,6% .
Com a redução para 3,6%, a previsão do IPCA continua abaixo do centro da meta da inflação deste ano, definida em 4,25% pelo Conselho Monetário Nacional. A taxa, no entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (2,75% a 5,75%).
Os novos números do boletim vão embasar o próximo relatório bimestral de receitas e despesas que, por lei, deve ser publicado até o dia 22 deste mês. No documento, o governo refaz suas projeções de receitas e despesas e adota ações para garantir o cumprimento da meta fiscal, fixada neste ano em um déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central. Até agora, já foram contingenciados gastos discricionários de 34 bilhões de reais para assegurá-la.
Previsões do mercado
As projeções são semelhantes as registradas pelo Boletim Focus, divulgado semanalmente com base na opinião de economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC). Em sua mais recente edição, o relatório aponta PIB de 0,87% e inflação de 3,54%.
(Com Reuters)