O preço médio da gasolina praticado pela Petrobras nas refinarias alcançou nesta terça-feira o segundo maior nível da era de reajustes diários, a 2,0829 reais por litro, apenas ligeiramente abaixo do recorde de 2,0867 reais registrado em maio, durante os protestos dos caminhoneiros. A empresa informou em seu site que tal cotação será mantida também na quarta-feira.
Em agosto, o valor da gasolina já acumula alta de quase 6% e reflete tanto a firmeza das referências do petróleo no mercado internacional quanto a disparada do dólar ante o real, parâmetros estes utilizados pela petroleira em sua política de formação de preços de combustíveis, em vigor há pouco mais de um ano.
A valorização do derivado de petróleo também se segue a uma interrupção de produção na Replan, a maior refinaria da Petrobras, localizada em Paulínia (SP), que sofreu uma explosão no último dia 20.
Na véspera, a empresa informou que a reguladora ANP interditou parcialmente a unidade, cuja capacidade de processamento é de mais de 400.000 barris por dia, e que já começou a importar diesel para compensar a perda de refino.
Procurada para comentar a alta da gasolina nas refinarias, a Petrobras não respondeu de imediato.
Em campanhas recentes, a companhia vinha destacando que o preço do combustível fóssil por ela praticado representava cerca de um terço do valor final nas bombas dos postos, sobre o qual incidem tributos e é formado conforme estratégia de distribuidores e revendedores.
Além disso, a Petrobras frisa que não tem o poder de formação de preços da gasolina, que oscilam ao sabor de outras variáveis.
A política de reajustes da Petrobras esteve no cerne dos protestos de caminhoneiros, uma vez que o diesel, combustível mais consumido do país, atingiu patamares recorde pouco antes das manifestações.
Desde junho, o diesel está com seu valor congelado nas refinarias, a 2,0316 reais por litro, graças a uma subvenção econômica oferecida pelo governo.