Parece que a Ferrari absorveu, a seu modo, o conceito de fast fashion, tendência da moda que promove a renovação constante das peças comercializadas no varejo. A fábrica italiana de carros de luxo, no entanto, tem uma abordagem diferente, que abre mão dos contratos de licenciamento. A empresa lança no domingo, 13, uma coleção de roupas própria. Além disso, na terça-feira, 15, reabre um restaurante em Maranello, sede também da escuderia de Fórmula 1. A ideia de acelerar na direção desses dois mundos é atrair novos fãs e os clientes mais ricos.
A linha de roupas será assinada pelo diretor criativo e ex-estilista da Armani Rocco Iannone. Já o chef italiano Massimo Bottura está à frente da reforma do restaurante onde Enzo Ferrari se reunia com amigos e estrelas da Fórmula-1 em Maranello, sede da fábrica. Em entrevista à agência Reuters, o diretor de diversificação de marcas, Nicola Boari, disse que o objetivo é alcançar novos clientes mais novos – além de fãs de corrida e de carros esportivos que já cobiçam jaquetas, camisetas e bonés com o cavalinho.
A estratégia foi apresentada em 2019, pouco antes da pandemia do coronavírus atrasar os planos. O então presidente-executivo da Ferrari, Louis Camilleri, disse que o projeto incluía ainda outras experiências de luxo. O lançamento ocorre dias após a nomeação para o cargo de Benedetto Vigna, um físico de 52 anos que passou 26 anos em uma fabricante de semicondutores, e deve dirigir a Ferrari na era dos carros elétricos. A montadora espera que sua estratégia de extensão de marca seja responsável por 10% de lucros dentro de 10 anos.