A ‘febre’ da troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo está criando pontos de encontro entre colecionadores. De olho nesse movimento, shoppings centers e bancas de jornal criaram dias específicos para troca de figurinhas.
Entre os shoppings que aderiram à moda estão o Eldorado, o Central Plaza e o ABC. No Eldorado, as trocas podem ser efetuadas até junho no espaço criado exclusivamente para esse fim no 2º subsolo – de segunda a sábado, das 10 às 22 horas, e aos domingos e feriados, das 14 às 20 horas.
No Shopping ABC, o lounge de trocas funcionará até 15 de julho, de segunda a sábado, das 10 às 22 horas, e domingos e feriados, das 12 às 20 horas. O local funciona no piso 2. No Central Plaza, as trocas de figurinhas acontecem até 20 de maio na praça de eventos. Entre as regras de troca do Central Plaza é que as figurinhas comuns e brilhantes deverão ser trocados por cromos de característica iguais.
Bancas de jornal também colocaram mesinhas na calçada para reunir colecionadores interessados em trocar suas figurinhas. No final de março, o Museu do Futebol promoveu um evento de troca de figurinhas. No Facebook, há vários grupos destinados a esse fim. Nas escolas, pais organizam grupos no WhatsApp para facilitar a permuta – e seus filhos efetuam a permuta no dia seguinte. Nos locais de trabalho, funcionários usam o horário livre para preencher o álbum com os cromos dos colegas.
Para organizar a quantidade de figurinhas que faltam ou são repetidas, os colecionadores recorrem basicamente a dois métodos: aplicativos de internet ou marcam os números em folhas de papel. Entre os aplicativos disponíveis, os mais populares são o Coleciona e o Panini Sticker Album.
Tanto interesse faz sentido. Cálculos feitos por estatísticos mostram que um colecionar solitário – que não troca nem compra diretamente da editora – gastará cerca de 2.000 reais para completar o álbum, que possui 682 figurinhas. Mas se ele trocar com outros torcedores, o custo pode diminuir.
É preciso comprar bem mais que essa quantidade para completar o álbum. “Isso acontece porque existe o processo de repetição. Mesmo que não venham figurinhas repetidas no mesmo envelope, sempre há repetição”, diz Sebastião Amorim, professor do departamento de estatística da Unicamp.
O cálculo feito por Amorim considera que não existem figurinhas raras. Ou seja, todas têm a mesma probabilidade de serem encontradas. Para isso acontecer é preciso que a produção e distribuição de figurinhas seja feito de modo uniforme, com a mesma frequência e quantidade. “Se a distribuição não for homogênea, por exemplo, pode haver escassez de determinadas figurinhas em algumas regiões”, afirma o professor.